segunda-feira, 8 de julho de 2013

Mastigar pouco e comer rápido são hábitos que prejudicam a digestão

Engolir a comida muito rápido pode também sobrecarregar o estômago.

Partir mais os alimentos e repousar os talheres ajudam a comer melhor.

Mastigar os alimentos parece uma ação inofensiva, mas não é. A mastigação é extremamente importante na digestão, que começa sempre pela boca.
Por isso, hábitos como mastigar pouco, comer muito rápido, falar enquanto come ou até mesmo beber algum líquido durante a refeição podem prejudicar esse processo, como explicou o cirurgião do aparelho digestivo Fábio Atui no Bem Estar desta segunda-feira (1).
Como mostrou o médico, quanto mais mastigado o alimento, mais enzimas digestivas grudam em sua superfície e a digestão fica mais fácil e rápida; por outro lado, se a mastigação for rápida e o alimento for logo engolido, as enzimas perdem a função e o estômago fica sobrecarregado porque recebe o alimento quase inteiro. A má mastigação causa riscos também para a absorção dos nutrientes já que o organismo elimina o alimento que não foi bem mastigado sem absorver substâncias que podem ser importantes para a saúde.
Arte Mastigação Bem Estar (Foto: Arte/G1)
Além disso, quando a pessoa come rápido e mastiga pouco, ela sente ainda mais vontade de comer porque o cérebro não tem tempo de perceber que já está satisfeito, como explicou a nutricionista Tania Rodrigues.
De acordo com a especialista, partir o alimento em pedaços menores e comer devagar ajuda a aumentar a saciedade - a dica é repousar os talheres entre uma garfada e outra e colocar na boca pedaços que tenham a metade do tamanho da língua, para caber dentro da boca sem problemas.
Caso a pessoa coloque pedaços grandes na boca, ela pode sentir vontade de beber algum líquido para "empurrar" o alimento para baixo. Em relação a esse hábito, o cirurgião Fábio Atui explicou que isso pode levar a pessoa a querer mastigar menos já que a bebida facilita que a comida seja engolida. No caso de bebidas gaseificadas, como refrigerante, água com gás e cerveja, há o risco também de aumentar a capacidade gástrica do organismo.
Segundo a nutricionista Tania Rodrigues, o hábito de beber durante as refeições pode também aumentar o valor calórico da dieta. A dica, para não atrapalhar a digestão, é ingerir no máximo 200 ml de água sem gás durante a refeição.
Isso porque as outras bebidas tem muitas calorias. Por exemplo, uma lata de refrigerante normal tem 135 calorias, mais do que um copo de suco de abacaxi com açúcar, por exemplo, que tem 60 calorias. No entanto, se a opção for a bebida alcoólica, o valor aumenta ainda mais – um chope tem 180 calorias, a capirinha com adoçante tem 140 calorias e a lata de cerveja tem 150 calorias.
iNTESTINO  (Foto: Arte/G1)


Manter uma dieta colorida faz bem à saúde e pode prevenir doenças

Quem não come alimentos brancos, por exemplo, pode ter falta de cálcio.

Médicos explicam o que fazer para melhorar a alimentação dos pequenos.

Comer todos os dias a mesma coisa é um problema e pode interferir inclusive na saúde de adultos e crianças - por exemplo, quem não come alimentos brancos, como leites, queijos e iogurtes, pode ter falta de cálcio e desenvolver osteopenia e osteoporose.
Por isso, é importante montar sempre um prato colorido e com nutrientes diferentes para evitar até mesmo problemas de saúde e doenças em longo prazo.
Ter a salada no prato é importante para adquirir vitamina K e evitar problemas de cicatrização. No infográfico abaixo, estão descritos todos os problemas que a saúde pode ter pela falta de cor nas refeições:
Bem Estar - Infográfico de cardápio pobre (Foto: Arte/G1)
No caso de crianças, o problema é ainda maior porque geralmente elas têm mais dificuldade para comer e acabam demorando muito para fazer a refeição.
Além disso, as crianças costumam rejeitar variedades de alimentos, como é o caso do João, de 6 anos. A mãe já havia tentado dar de tudo para ele, como frutas, legumes e verduras, mas João foi ficando cada vez mais seletivo e hoje em dia baseia sua dieta em macarrão instantâneo e azeitona (veja no vídeo). Às vezes, ele até come arroz, feijão e carne, mas sempre com dificuldade.
O mesmo acontece na casa da Manuella, de 4 anos. Ao sentar na mesa, a menina faz de tudo, menos comer - cospe a comida, ri, brinca, grita, faz cara feia, se esconde debaixo da mesa, foge para o quarto, discute com os pais e, depois de muita luta, acaba comendo só três colheres.
Mas quando o assunto é besteira, Manuella não resiste: antes da hora do almoço, ela come bombom, batata palha e diversos outros alimentos que tiram a fome dela na hora da refeição. Pela manhã, ela toma também leite e, durante o dia, bastante suco, mas ainda assim, os pais se preocupam com a falta de nutrientes na alimentação da pequena.
De acordo com o nutrólogo e pediatra Mauro Fisberg, normalmente, a criança precisa de 15 a 20 tentativas para se acostumar com um determinado alimento. No entanto, vale lembrar que o hábito da criança é muito relacionado ao hábito dos pais. O pai da Manuella, por exemplo, não come salada há muito tempo e a mãe sempre opta por alimentos práticos e prontos.
De acordo com os médicos, os maus hábitos dos adultos à mesa influenciam muito na formação dos hábitos dos menores e, além disso, podem trazer diversos problemas de saúde, prejudicar a digestão e até favorecer o ganho de peso.

Excesso de peso prejudica a imunidade do corpo, dizem médicos

Obesidade favorece doenças respiratórias e infecciosas, como a gripe.

Evite doces e aposte em alimentos como alho, cebola e frutas in natura.

As doenças respiratórias (como rinite e sinusite) e infecciosas (como gripe e resfriado) costumam aumentar no inverno, por causa da aglomeração de pessoas em ambientes fechados, do contato com superfícies contaminadas e do aumento da poluição no tempo seco.
Mas pessoas obesas também correm mais risco de adoecer, tanto nesta época quanto no resto do ano, pois a gordura abdominal – além de aumentar a glicose, o colesterol e os triglicérides – favorece inflamações e diminui a imunidade do corpo.
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Bem Estar - Infográfico sobre imunidade (Foto: Arte/G1)
Segundo a infectologista Rosana Richtmann e o endocrinologista João Eduardo Salles, a circunferência do pescoço também é um sinal de alerta: 42 cm para os homens e 38 cm para as mulheres. Isso porque o tamanho da região cervical indica a quantidade degordura que pode estar acumulada no tórax, o que acaba dificultando a respiração.
Os médicos também destacaram que doces como chocolate podem prejudicar o sistema de defesa do corpo, enquanto alimentos como cebola, alho e frutas in natura(laranja, limão, maracujá, acerola e outras) ajudam a aumentar a imunidade.
Os grupos de maior risco para infecções são indivíduos diabéticos, asmáticos, cardíacos, soropositivos, crianças com menos de 2 anos, grávidas e mulheres no período pós-parto. Por isso, eles fazem parte do público-alvo do Ministério da Saúde nas campanhas nacionais de vacinação contra a gripe.
De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, 288 pessoas morreram pelo vírus influenzade janeiro a junho deste ano. Desse total, 259 foram vítimas do vírus H1N1, que causa a gripe suína. E 90% dos óbitos eram pacientes que não haviam tomado a vacina oferecida na rede pública.
Além disso, 72% tinham alguma comorbidade (doença associada), quatro eram gestantes e a média de idade era de 45 anos.
Segundo Rosana, se houver gripe com febre repentina, tosse e falta de ar, a pessoa deve procurar um posto de saúde, fazer o exame de sangue para detectar o H1N1 e já iniciar o tratamento com fosfato de oseltamivir (Tamiflu), antes mesmo de sair o resultado. Se der negativo, o uso é suspenso.
Natural killers
Temos no nosso sistema imunológico células de defesa inatas, chamadas “natural killers”, e outras que captam informações do inimigo (bactérias, vírus, parasitas e tumores), para preparar o contra-ataque.
As natural killers são essenciais para essa ação inicial. Nos primeiros dias de infecção, são elas que fazem o trabalho de proteger o corpo, enquanto as outras preparam um combate mais específico.
Mas estudos científicos têm mostrado que o tecido adiposo (gorduroso) produz substâncias conhecidas como adipocinas, que dificultam o trabalho das natural killers, tornando-as menos eficazes e fazendo-as "abrir a guarda".
Por isso, pessoas obesas estão mais sujeitas a infecções, por causa desse prejuízo ao sistema de defesa.