quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

'Melhor horário para correr é no fim de tarde', diz estudo



Autor de "50 maratonas em 50 dias", o americano Dean Karnazes costuma revolucionar o mundo da corrida. Em sua coluna no site Runners, ele não faz por menos e traz um interessante estudo que afirma que o melhor momento para correr durante o dia é no fim de tarde, devido ao nosso relógio biológico (que controla nosso sono, fome...), uma vez que o organismo já teria se ajustado ao longo do dia.  Porém, a pesquisa foi feita com ratos e não há como compravar se nos humanos o efeito é o mesmo.
A pesquisa foi feita por cientistas da Universidade da Califórnia e surpreenderam o próprio Dean, que pensava que o melhor momento para treinar seria pela manhã, pois isso acelerava o metabolismo. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após  observarem que os ratos que corriam mais tarde produziam mais proteínas dentro das células específicas ligadas ao relógio biológico e as bombeavam de forma mais eficiente para o resto do corpo do que os que corriam no início do dia.
Os pesquisadores também observaram  que os ratos saudáveis ​​em atividade física depois das 23h (horário equivalente em relação aos padrões do ser humano) desenvolveram interrupções significativas no seu ritmo circadiano e entre outros efeitos, dormiam mal. Portanto, não seria aconselhável correr tarde da noite.
*postado por Victor Costa

Substância semelhante à vitamina B reduz risco de esquizofrenia



  • Colina é encontrada em alimentos como fígado, carnes, peixes e ovos



Açougue no Rio: carnes são um tipo de alimento que contém colina, substância associada à redução no risco de esquizofrenia em bebês
Foto: Ângelo Antônio:Ângelo Antônio Du / Agência O Globo
Açougue no Rio: carnes são um tipo de alimento que contém colina, substância associada à redução no risco de esquizofrenia em bebês Ângelo Antônio:Ângelo Antônio Du / Agência O Globo
COLORADO, EUA - A colina, um nutriente essencial semelhante à vitamina B reduz o risco de desenvolvimento de esquizofrenia em crianças quando administrado como suplemento dietético nos últimos dois trimestres de gravidez e na primeira infância. A substância é encontrada em alimentos como fígado, carnes, peixes, nozes e ovos. O estudo inova tanto em suas conclusões potencialmente terapêuticas quanto na sua estratégia para atingir os marcadores de esquizofrenia muito antes de a doença aparecer. A colina também é estudada em relação aos potenciais benefícios de doença do fígado, incluindo hepatite e cirrose hepática, depressão, perda de memória, doença de Alzheimer e demência, além certos tipos de convulsões.
Robert Freedman, professor e presidente do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Colorado e um dos autores do estudo aponta que os genes associados com esquizofrenia são comuns, por isso a prevenção tem que ser aplicada a toda a população. Falta agora um acompanhamento de longo prazo para saber se o método é eficaz para diminuir o risco para o desenvolvimento posterior da doença também.
Metade das mulheres grávidas saudáveis ​​neste estudo tomou 3.600 miligramas de fosfatidilcolina cada manhã e 2.700 miligramas cada noite, a outra metade tomou placebo. Após o parto, as crianças receberam 100 miligramas de fosfatidilcolina por dia ou placebo. Oitenta e seis por cento das crianças expostas à suplementação de colina pré e pós-natal, em comparação a 43% das crianças não expostas, teve melhores respostas a um teste clínico feito no bebê durante o sono.

Estudo desmonta tese de que colesterol bom alto protege coração



  • Mesmo o HDL em doses elevadas pode ter o seu efeito reduzido em consequência da oxidação


Colesterol nem tão bom . Uma molécula de HDL
Foto: Latinstock
Colesterol nem tão bom . Uma molécula de HDL Latinstock
-Berlim- Novos estudos põem abaixo a teoria de que altas taxas do chamado colesterol bom (HDL, high density lipoprotein) são suficientes para proteger o coração do excesso de colesterol ruim (LDL, low-density lipoprotein). Duas pesquisas, realizadas em centros de doenças cardíacas nas universidades de Zurique, na Suíça, e de Leipzig, na Alemanha, revelam que o HDL pode perder o seu efeito protetor em consequência da oxidação.
O pesquisador Volker Adams, chefe do Laboratório Cardiológico do Centro do Coração da Universidade de Leipzig, na Alemanha, constatou que o efeito protetor do HDL é prejudicado pela oxidação. O HDL remove o colesterol das artérias e o leva de volta ao fígado para reutilização ou excreção. Quando está oxidado, no entanto, deixa de cumprir esta função. Segundo o especialista, a vitamina B3 melhora a função protetora do HDL, mas a medida mais eficaz é a prática diária de exercícios.
— A partir de 30 minutos diários de caminhada os exames de laboratório indicam uma melhora da atuação do colesterol bom — explica Adams.
Testes com um grupo de 24 pessoas (sendo oito saudáveis, oito com leves problemas cardíacos e oito em estado mais grave) mostraram que, depois de três meses de exercícios regulares (no mínimo 30 minutos de caminhada por dia), houve uma redução de 30% da oxidação do HDL.
— Até os oito pacientes com problemas cardíacos graves apresentaram melhora — diz Adams, que atualmente prossegue o estudo para descobrir se os exercícios regulares melhoram a atuação do HDL na sua capacidade de transporte do colesterol das artérias para o fígado.
Efeito protetor no organismo
Segundo ele, o HDL aumenta a produção de óxido nítrico (NO), o transporte do colesterol das artérias para o fígado, onde é decomposto e levado para o intestino. O NO reduz a pressão nos vasos sanguíneos, tendo, assim, um efeito protetor.
Há dez anos um estudo americano já tinha apresentado a suspeita de que uma taxa mais alta de HDL (acima de 50 mg/dl) no sangue nem sempre significava mais proteção contra doenças cardiovasculares. Cinco anos mais tarde, a equipe do especialista Ulf Landmesser, da Universidade de Zurique, na Suíça, começou a decifrar o enigma do distúrbio de função do HDL e, em 2011, as primeiras conclusões foram publicadas no periódico “The Journal of Clinical Investigation”.
— Nossa primeira conclusão foi que as pessoas que sofriam de doenças arteriais tinham um distúrbio funcional, apesar das taxas boas de HDL. A apo-1, proteína mais importante do HDL, apresentava erro de função em consequência do aumento da apo-3 — diz Landmesser, que coordena uma pesquisa com 500 pessoas com problemas cardiovasculares sobre o bloqueio da função protetora do HDL.
A novidade mostrada pelos novos estudos é que nem sempre o HDL pode proteger o coração. Por isso, as tentativas de remédios para melhorar a taxa de colesterol baseadas no aumento do HDL não deram certo. Há cerca de seis anos, o laboratório Pfizer suspendeu um estudo com uma substância (torcetrapib), capaz de aumentar a taxa de HDL, que teria causado um aumento de casos de óbito em vez do efeito desejado, de redução dos casos de morte. Oitenta e dois dos quinze mil pacientes que participaram do estudo faleceram. Outra tentativa foi feita pelo laboratório suiço Hoffmann-La-Roche com uma substância parecida, dalcetrapib, que não mostrou o efeito desejado. O estudo terminou em maio do ano passado.
Desequilíbrio geral no metabolismo
Para Landmesser, o processo de perda de função positiva do HDL é complicadíssimo porque envolve vários fatores. Além da composição das proteínas, cujo o desequilíbrio faria com que os radicais livres atacassem o HDL, ele descobriu que o processo de oxidação, que tira do HDL a sua capacidade protetora, ocorre também em consequência de um distúrbio de uma enzima associada à lipoproteína, chamada paraoxonase. O especialista descobriu que pessoas que sofrem de diabetes tipo 2 apresentavam uma taxa maior de desequilíbrio da paraoxonase, o que ele explica como resultado de um desequilíbrio geral do metabolismo. Mas pessoas saudáveis também podiam apresentar o mesmo distúrbio.
Há anos a teoria do colesterol bom preconiza que uma taxa HDL acima de 50 mg/dl teria a capacidade gradual de reduzir o efeito ruim do LDL, que deveria ficar em até 160 mg/dl, sendo a taxa geral aconselhada para uma vida saudável algo em torno de 200 mg/ dl.
— Ainda hoje vale a regra de que o LDL alto demais e o HDL baixo demais têm o efeito bomba relógio que pode explodir como infarto ou de acidente vascular cerebral — diz Landmesser.
Segundo o médico esportivo austríaco Hans Holdhaus, as doenças cardiovasculares atacam mais hoje do que no passado por causa do alto grau de sedentarismo da vida moderna.
— Na Idade da Pedra, uma pessoa caminhava em média 19 quilômetros por dia. Hoje a média é de 800 metros e isso se reflete nas estatísticas de saúde — conclui Holdhaus, que defende um retorno do homem às origens, pelo menos no que se refere a movimentos.

Maioria das pessoas usa desodorante sem necessidade



  • Pesquisa mostra que 75% têm uma versão particular de gene e não produzem odor nas axilas, mas usam o produto por razões socioculturais


Desodorante: precisa mesmo usar?
Foto: Agência O Globo
Desodorante: precisa mesmo usar? Agência O Globo
RIO - Uma nova pesquisa mostra que mais de 75% das pessoas com uma versão particular de gene não produzem odor nas axilas e, portanto, usam desodorante desnecessariamente.
O estudo foi baseado em uma amostra de 6.495 mulheres, que fazem parte do grupo de voluntárias “Crianças dos anos 90”, da Universidade de Bristol, no Reino Unido. Os pesquisadores descobriram que cerca de 2% (117 de 6.495) das mães carregam uma versão rara de um gene específico (ABCC11), o que significa que elas não produzem nenhum odor debaixo do braço.
Enquanto cerca de 5 % das pessoas que produzem algum odor não usam desodorante, mais de um quinto (26 de 117 voluntárias) dos que não produzem cheiro deixam de usar desodorante de fato, uma diferença estatisticamente muito significativa, de acordo com a pesquisa. No entanto, 78% das pessoas que não produzem odor ainda assim usam desodorante todos os dias.
Sobre a descoberta, publicada esta semana no “Journal of Investigative Dermatology”, o principal autor do estudo, Ian Dia disse que o número de pessoas que não tem odor nas axilas, mas mesmo assim, usam desodorante, o fazem por questões socioculturais. O resultado contrasta com a situação no Nordeste da Ásia, onde a maioria das pessoas não precisa usar desodorante e não usam mesmo.
Outro autor do trabalho, Santiago Rodriguez acrescentou que estes resultados dão potencial utilidade para a genética na hora de escolher produtos de higiene pessoal. Um simples teste genético poderia evitar compras desnecessárias e exposições químicas.
Os autores destacam que as pessoas que carregam essa variante genética rara também são mais propensos a ter a cera do ouvido seca (em vez de pegajosa) e que a verificação de cera de ouvido é um bom indicador da existência ou não de uma pessoa produz odor nas axilas.

Vacina experimental evita mal de Alzheimer



  • Tratamento em ratos age contra as placas de proteína que se formam no cérebro antes e durante o desenvolvimento da doença


Cérebro normal de rato (esquerda) e com as placas características da doença (direita)
Foto: Reprodução
Cérebro normal de rato (esquerda) e com as placas características da doença (direita)Reprodução
RIO - Uma vacina experimental contra o mal de Alzheimer está sendo testada em ratos, um tratamento baseado na ativação do sistema imune contra as proteínas beta-amiloide, placas que se acumulam no cérebro e causam a desconexão neuronal característica da doença. A novidade do estudo, coordenado por Ramón Cacabelos, do grupo Euroespes, é usar as proteínas envolvidas em lipossomas (pequenas bolsas de gordura) antes de injetá-las nos animais.
— Este é o grande avanço do estudo, porque evita um dos problemas dos estudos anteriores, porque a ideia não é nova, na década passada houve testes inclusive com humanos, mas que morreram de meningoencefalite ou hemorragia — disse o pesquisador ao jornal “El País”, garantindo que agora isso não acontecerá, já que os lipossomas atenuam a resposta autoimune.
Além disso, por sua composição, o invólucro, formado por lipídios similares aos que existem na cobertura dos neurônios, facilita o transporte do antígeno e ajuda que a resposta seja localizada.
Pelos resultados do estudo, publicado na “International Journal of Alzheimer Disease”, as injeções têm um triplo efeito. A primeira é produzir resposta imunológica que elimina as placas de beta-amiloide em animais enfermos, impedir a formação nos propensos à doença e em animais saudáveis. A segunda, não aparecer casos de meningoencefalite. E, a terceira, não haver casos de hemorragias cerebrais.
O produto já foi patenteado e está pendente a autorização para testes em humanos. Segundo Cacabelos, o laboratório estaria preparado para fazer a vacina em três ou quatro meses, ainda que os requisitos para o estudo da FDA, agência americana que regulamenta remédios e alimentos peçam mais tempo. Se tudo correr bem, em seis ou oito anos os trabalhos devem estar terminados.