domingo, 25 de novembro de 2012

Especialistas explicam o que causa hemorroidas e como preveni-las


Estudos indicam que 80% das pessoas terão o problema durante a vida.

Hemorroida é um assunto difícil de ser falado e, principalmente, admitido, por medo ou vergonha. Mas, segundo especialistas, pelo menos 80% das pessoas terão problema com essas varizes do canal do ânus em algum momento da vida.
Normalmente, o músculo anal se contrai e os vasos dilatados se aproximam uns dos outros, vedando corretamente o ânus. Esses vasos foram projetados para estar fora da faixa de alta pressão do músculo, mas podem "cair" para a área de contração, sofrer pressão dos movimentos e se deformar.
Hemorroidas (Foto: Arte/G1)
Quando isso ocorre, três coisas podem acontecer: o vaso dilatado fica mais fino e estoura, causando sangramento durante a evacuação; o sangue corre lentamente, o que pode levar à trombose hemorroidária (quando o sangue coagula), provocando dor e caroço na região anal; ou o vaso pode "cair" tanto a ponto de desencadear o prolapso hemorroidário, em que parte da "pele" do canal anal, que deveria estar dentro do ânus, fica exposta.
As hemorroidas se manifestam externamente em quem tem uma alimentação pobre em fibras (presente no bagaço e na casca de frutas, verduras e legumes), não toma água suficiente e faz muita força na hora de ir ao banheiro.
Uma dieta baseada apenas em produtos industrializados e a falta de alimentos frescos e crus também podem levar a um desequilíbrio da flora intestinal. Praticar ciclismo ou hipismo não tem relação com hemorroida, mas o alterofilismo em excesso, sim.
Ficar muito tempo sentado no vaso sanitário é capaz de piorar a situação, cuja origem em alguns casos é familiar. Quem sente dor constante ou vê sangue ao evacuar deve procurar um médico. Se o sangue for vermelho vivo, pode ainda ser sinal de câncer no intestino. Os tratamentos contra hemorroida ajudam a aliviar os sintomas e a prevenir tromboses. Analgésicos são usados para combater a dor.
Se for necessária uma cirurgia, há duas técnicas: uma clássica, que retira o vaso, e outra que grampeia a mucosa acima da hemorroida e “puxa” o vaso para sua posição original. A primeira é mais dolorosa, principalmente na hora de evacuar nas semanas seguintes à operação, mas costuma resolver o problema definitivamente, ao contrário da segunda. Ambas são feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Os intestinos delgado e grosso são os órgãos que mais têm variedades de bactérias: 195. Esses micro-organismos ajudam na digestão e protegem contra outros micróbios. Tomar antibióticos indiscriminadamente pode, portanto, prejudicar toda a colônia.
Dicas
Além de manter uma alimentação saudável, quem tem hemorroida ou quer evitá-la deve lavar bem a região com água e sabão após evacuar. Uma duchinha custa de R$ 30 a R$ 60, e o papel higiênico deve ser usado para secar o local.
Outra recomendação é não arrastar o papel nem friccioná-lo: o ideal é passá-lo como um mata-borrão. E a melhor forma de fazer cocô é com o corpo inclinado.
Pimenta
Comer pimenta, principalmente a vermelha, ajuda a emagrecer e retardar o envelhecimento, pois o sabor ardido aumenta a produção de endorfina, hormônio que reduz a sensação de fome, e o alimento também contém antioxidantes e vitaminas A e C.
Estudos apontam que a pimenta pode melhorar, ainda, a congestão nasal, prevenir coágulos no sangue e impedir que a gordura se acumule nas artérias. Além disso, o efeito desintoxicante contribui para diminuir o risco de câncer de próstata, catarata e diabetes. Isso sem contar a estimulação da saliva e a proteção dos dentes.

'Memória da dor' é importante para mudar de vida após um infarto



Cardiologistas falaram de alteração de hábitos após acidente cardíaco.

A "memória da dor", ou seja, lembrar de um evento negativo sofrido no passado, ajuda muitos pacientes a mudar de vida após um infarto. Mas, transcorrido um tempo, alguns voltam aos maus hábitos, esquecendo-se de que podem sofrer um novo acidente cardíaco em menos de 5 anos.
Cerca de 8% das vítimas de infarto no Brasil morrem, e 30% não resistem a uma segunda ocorrência.Reabilitação cardíaca 1 (Foto: Arte / G1)
O repórter Renato Biazzi foi conhecer a história do fiscal de obras Munetsugu Kayo, que sofreu um infarto há três anos, mas parece que não se lembra mais disso. No início, ele até fez caminhadas e controlou a alimentação, só que com o tempo abandonou a rotina saudável. Três meses após o acidente cardíaco, Kayo retomou a vida focada apenas no trabalho.
Segundo Ghorayeb, férias são obrigatórias não só do ponto de vista trabalhista, mas também biológico, porque o corpo precisa descansar.
O médico explicou que, após seis meses, a maioria desiste de se cuidar - o que também ocorre com hipertensos e fumantes. De acordo com Kalil, as principais dicas para evitar um infarto são: controlar a pressão e a glicose, não fumar e seguir a medicação corretamente. Após 60 dias de um acidente, já é possível praticar atividades físicas.
Além disso, mau humor e tristeza podem aumentar os riscos cardíacos, disse Ghorayeb. Pessoas bem-humoradas tendem a evoluir melhor no tratamento e na recuperação.
Levar a sério a promessa de ter uma vida mais equilibrada e de qualidade não é tarefa fácil: exige persistência e muita força de vontade. O repórter Renato Biazzi acompanhou a trajetória do corretor de seguros José Roberto de Melo, que teve um infarto há dois meses e há 45 dias foi operado do coração.
Pensando Leve
Dois meses após a cirurgia de redução de estômago, o advogado Alexandre Berthe ainda não pode comer gorduras nem tomar refrigerante, mas já começou a fazer atividade física.
Para ajudá-lo, o preparador físico e consultor do Bem Estar José Rubens D'Elia deu dicas de exercícios para fortalecer a musculatura.
Os dois trotaram, depois fizeram uma caminhada rápida - e os batimentos cardíacos de Alexandre chegaram a 151 por minuto. Por fim, houve uma sessão de alongamentos, agachamento e movimentos para as pernas.
O advogado está disposto a vencer o sedentarismo e se mexer, mas na academia ainda enfrenta limitações. Por isso, ele apenas anda na esteira e faz alongamentos.

Hipoglicemia provoca tontura, visão embaçada e se resolve com açúcar



Ingerir glicose aumenta níveis no sangue e alivia os sintomas das crises.
Sinais são parecidos aos de crise de pressão baixa, que se resolve com sal.

Sentir tontura, fraqueza, coração acelerando e a visão embaçada, muitas vezes, pode significar queda de pressão. Por isso, algumas pessoas logo recorrem ao sal  para aliviar a crise, mas logo percebem que não adianta.
Caso isso aconteça, pode ser que esses sintomas sejam de hipoglicemia, uma diminuição do nível de açúcar no sangue, que causa também dor de cabeça, tremores, zumbido no ouvido e pode até levar ao coma.
Para distinguir a hipoglicemia da pressão baixa, é só avaliar se o que resolve a crise é o sal ou o açúcar. No caso da hipoglicemia, ingerir glicose aumenta o nível no sangue e alivia os incômodos.
Pré-diabetes supervalendo (Foto: Arte/G1)
Ao sentir os sintomas da hipoglicemia, a pessoa pode ingerir um copo de suco de laranja ou refrigerante normal, uma colher de sopa rasa de açúcar ou mel, três balas de caramelo ou o que tiver mais próximo, como biscoitos e outros doces.
Segundo o endocrinologista Alfredo Halpern, não existe um consenso do nível de açúcar no sangue que pode ser considerado hipoglicemia, mas normalmente a taxa de glicose abaixo de 60mg/dl ou 70mg/dl já pode desencadear uma crise. O risco é maior em diabéticos, pessoas muito magras, idosos e crianças com até 7 anos de idade.
Algumas pessoas, inclusive, acreditam que ter hipoglicemia aumenta a chance de desenvolver a diabetes, mas ela pode indicar o estágio inicial da doença, como explicou o endocrinologista Alfredo Halpern. Uma pessoa com predisposição genética, por exemplo, pode ter crises de hipoglicemia porque o pâncreas trabalha lentamente; a partir daí, ela pode ou não desenvolver a diabetes.
A doença se caracteriza pelo acúmulo de açúcar no sangue, por causa da falta de produção de insulina pelo pâncreas. A insulina é o hormônio que leva o açúcar para dentro das células e, caso ele não seja produzido, o sangue fica com o excesso.
Cerca de 90% dos casos são de diabetes tipo 2. Já o tipo 1 costuma surgir na infância ou na adolescência e é caracterizado por uma falha no sistema de defesa do corpo, que leva à destruição das células que produzem a insulina no pâncreas. Esses pacientes dependem da injeção de insulina pelo resto da vida.
A doença tem carga genética, mas geralmente está ligada à obesidade e ao sedentarismo, e aparece na fase adulta. Ela pode ser controlada com remédios e dieta, e injeções de insulina são usadas apenas em alguns casos.
Outro mito desvendado pelos médicos foi o fato de que comer muito açúcar pode levar à diabetes. Segundo a endocrinologista Márcia Nery, o excesso de glicose aumenta o peso, mas não provoca a doença, de imediato. O que acontece é que esse consumo pode levar à obesidade que, então, causa a diabetes.
No caso do diabético, a alimentação é essencial no controle da doença. Os carboidratos são os que mais afetam os valores de glicose no sangue após a alimentação, que pode levar à necessidade ou não do uso da insulina. Portanto, alimentos como pão, macarrão, arroz e batata são alguns "vilões" da dieta de quem tem diabetes, ou seja, essas pessoas têm que equilibrar a ingestão deles como maneira de se proteger.

Dieta para diminuir hipertensão e evitar infarto vira moda nos EUA



Dieta dash foca ingestão em carnes magras, frutas, vegetais e cereais.
Proposta reduz consumo de sódio e aumenta o de cálcio e potássio.

Uma dieta para reduzir a pressão arterial e, consequentemente, o risco de problemas cardiovasculares tem ganhado adeptos nos EUA, com promoção do Instituto Nacional de Coração, Pulmão e Sangue americano.
A dieta dash (sigla em inglês para “abordagem dietética para interromper a hipertensão”) concentra a ingestão de alimentos em carnes magras, frutas, vegetais, laticínios desnatados e cereais integrais.
Além disso, reduz consideravelmente o consumo de sódio a 2,4 g por dia – a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de até 5 g por dia, e o brasileiro consome três vezes esse valor. Também busca aumentar os níveis de cálcio, potássio e magnésio nas refeições.
De acordo com a nutricionista Mariana del Bosco, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), o aumento de cálcio e potássio na alimentação interfere na maior eliminação de sódio pelo rim, o que facilita a redução da hipertensão.
Os benefícios também acabam passando pela diminuição da gordura saturada e de doces, o que tem impacto direto sobre os níveis de colesterol no sangue.
Segundo a nutricionista Mônica Beyruti, também da Abeso, essa não é uma dieta propriamente dita, mas um programa alimentar que serve de orientação para quem tem pressão alta.
“Dieta tem conotação de restrição. E a dash já existe há mais de dez anos e nunca deixou de ser usada. O que os especialistas estão fazendo agora é uma nova classificação de dietas e incluindo essa como top. Americanos adoram rankings”, afirma Mônica.
Restrição calórica
Em geral, a "dash diet" não prevê muita restrição calórica: a pessoa pode consumir 2 mil kcal por dia, desde que de alimentos saudáveis – já que o objetivo direto não é perder peso, mas uma consequência, se necessário.
“Há pessoas que não conseguem emagrecer sem restrição de calorias”, diz Mônica. A especialista destaca também que esse plano alimentar deve ser potencializado com um peso saudável e a prática regular de exercícios físicos.
Segundo ela, cortar de 500 kcal a 1.000 kcal é suficiente para um emagrecimento com saúde, o que pode resultar entre 1 kg a 4 kg a menos no fim do mês.
“Antes de 2006, o Ministério da Saúde recomendava 2.200 kcal por dia para um adulto médio. Hoje já são 2.000 kcal. A perda de peso é sempre consequência de um balanço negativo de energia”, destaca Mariana.
Segundo ela, um profissional não recomenda dietas da moda aos pacientes, mas adaptações de várias propostas que se adapte a cada caso.

Colesterol é essencial ao corpo, mas excesso de gordura causa doenças



Alimentação correta pode reduzir as taxas no sangue em até 15%.
Exercícios físicos regulares também são importantes para o controle.

É comum ouvir falar do colesterol como algo que faz mal ao coração, mas nada é tão simples assim. O colesterol é uma substância necessária para o organismo. Sem ele, as células não formariam a membrana que as envolve, e não teriam como receber alimentos e oxigênio.
No entanto, o desequilíbrio dessa gordura pode causar doenças do sistema circulatório, como a arterosclerose, que é quando as artérias ficam mais grossas e rígidas, aumentando o risco de infartos e acidentes vasculares cerebrais.
O Bem Estar desta quinta-feira (9) explicou como o colesterol atua e deu dicas para manter os níveis dentro da faixa ideal. Os convidados do programa foram os cardiologistas Raul Dias dos Santos e Ludmila Hajjar.
info colesterol (Foto: arte / G1)
A alimentação é uma parte importante do controle do colesterol, mas não é tudo. Ela é a origem de 30% do colesterol que temos, e os outros 70% são produzidos pelo próprio corpo. A dieta é capaz de reduzir os níveis de colesterol em 15%, mas, dependendo das características genéticas, uma pessoa que não come gorduras pode ter colesterol alto.
Existem dois tipos de colesterol em nosso corpo – o LDL e o HDL. O LDL ficou popularmente conhecido como colesterol “ruim” porque, em excesso, é ele que pode causar doenças e entupir as artérias. No entanto, ele é essencial, pois leva a gordura para que os tecidos funcionem adequadamente.
Já o HDL, conhecido como colesterol “bom”, retira o excesso de colesterol dos tecidos, inclusive das artérias, impedindo o seu depósito e diminuindo a formação das placas de gordura.
Os dois são, portanto, essenciais para o corpo, e o ideal é manter a faixa dentro do recomendado pelos médicos – nem menos, nem mais. O LDL e o HDL do sangue vão para o fígado, seguem secretados da bile, de onde vão para o intestino e saem nas fezes.
Pessoas sem histórico de colesterol alto na família devem medir suas taxas a cada cinco anos. Quando algum parente já teve doenças cardíacas, o ideal é medir de dois em dois anos. Se os níveis estiverem alterados, o acompanhamento deve ser feito anualmente.
Além da alimentação, uma boa forma de manter os níveis de colesterol dentro da faixa desejada é praticar exercícios físicos regularmente.
Para os casos mais graves, existem remédios que funcionam em longo prazo e reduzem as taxas em até 50%. Eles são recomendados principalmente para quem tem taxa de LDL muito alta ou para quem tem outros fatores de risco, como hipertensão, diabetes, problemas cardíacos e fumantes.
Tomar remédios para colesterol dá um pouco mais de liberdade de escolha da dieta, mas não é um passaporte para o paciente comer o que quiser. O tratamento apenas controla a taxa e não apresenta uma cura, logo deve ser seguido pelo resto da vida.
Veja uma lista de alimentos que aumentam ou reduzem o colesterol, segundo dados do Ministério da Saúde:
Alimentos ricos em colesterol
- Bacon
- Chantilly
- Ovas de peixes
- Biscoitos amanteigados
- Doces cremosos
- Pele de aves
- Camarão
- Queijos amarelos
- Carnes vermelhas "gordas"
- Gema de ovo
- Sorvetes cremosos
- Creme de leite
- Lagosta.

Alimentos que ajudam a reduzir o colesterol
- Salsão
- Couve-de-bruxelas
- Bagaço da laranja
- Ameixa preta
- Couve-flor
- Mamão
- Amora
- Damasco
- Mandioca
- Azeite de oliva
- Ervilha
- Pão integral
- Aveia
- Farelo de aveia
- Pera
- Cenoura
- Farelo de trigo
- Pêssego
- Cereais integrais
- Feijão
- Quiabo
- Cevada
- Figo
- Verduras
Colesterol valendo (Foto: Arte/G1)

Entenda o que é pressão arterial, os fatores de risco e as recomendações



Causas genéticas respondem por até 95% dos casos de hipertensão. Ingestão de sal, obesidade e falta de atividades físicas aumentam problema.


 A pressão arterial é a pressão exercida pelo sangue dentro dos vasos sanguíneos, com a força proveniente dos batimentos cardíacos. Quanto mais sangue for bombeado do coração por minuto, maior será esse valor, que tem dois números: um máximo, ou sistólico, e um mínimo, ou diastólico. O primeiro se refere à força de bombeamento do coração e o segundo, à pressão dos vasos sanguíneos periféricos (braços, pernas e abdome).

A pressão não é fixa e pode variar instantaneamente, dependendo do estado da pessoa no momento (se está em repouso, em atividade, nervosa ou falando alto, por exemplo). O valor é considerado normal quando o máximo atinge até 120 mmHg ou, popularmente, 12, e o mínimo fica na faixa de 80 mmHg, ou 8. É a almejada pressão 12/8.
Pressão arterial (Foto: Arte/G1)
Abaixo de 9/5, a pressão é considerada baixa, e não se trata de uma doença, mas pode causar mal estar, com tonturas, náuseas ou desmaios. Acima de 13,5/8,5, os valores já são considerados altos. Para alguém ser diagnosticado com hipertensão arterial, precisa ter a pressão medida em estado de repouso, deitado ou sentado, em ambiente calmo e repetir o resultado por mais duas vezes, três minutos após a avaliação anterior. O ideal é que essa confirmação também seja feita em outras ocasiões, para um resultado mais preciso.
A medição deve ser feita preferencialmente no consultório médico, por um cardiologista ou clínico geral. Na impossibilidade disso, é indicado um profissional de saúde capacitado. O paciente também pode fazer a aferição em casa, desde que saiba usar o aparelho (analógico ou digital). Recomenda-se que a pessoa esteja sentada, com o braço semidobrado em cima de uma mesa, cuja altura deve ficar acima do diafragma do indivíduo. É importante saber fazer essa verificação, para não ter uma falsa pressão alta.
Fatores de risco e medicação
Causas genéticas e familiares respondem por 95% da predisposição para pressão alta, potencializada pelo consumo de sal, gordura e alimentos industrializados, pela obesidade e pela falta de atividades físicas. As mulheres são mais diagnosticadas que os homens, que por sua vez costumam resistir a ir ao médico e tomar remédios. O sexo feminino morre mais de acidente vascular cerebral (AVC) em decorrência da hipertensão, enquanto eles apresentam mais infartos.
Na população adulta brasileira acima de 35 anos, de 20% a 30% têm pressão alta. Entre os idosos com mais de 60 anos, esse índice chega a 50% ou 60%. A maioria das pessoas desenvolve a doença depois dos 25 anos, mas há 3% dos casos entre crianças e adolescentes – motivados principalmente pelos hábitos da vida moderna.
O medicamento contra hipertensão é indicado para pacientes com problema crônico, ou seja, aquele que se estende por um longo período e independe do estado momentâneo da pessoa. Dependendo do caso, como em indivíduos com pressão diastólica mínima de 12, são prescritos até quatro remédios diferentes.
A medicação deve ser individualizada e é recomendada considerando-se fatores como sexo, idade e atividade física. Muitos hipertensos são resistentes a tomar remédio pela ausência, em até metade dos casos, de sintomas, e também pelo fato de alguns comprimidos causarem efeitos colaterais, como a redução da potência sexual entre homens em casos extremos. Segundo uma pesquisa internacional citada pelo cardiologista Nabil Ghorayeb, do Instituto Dante Pazzanese e do Hospital do Coração, as pessoas fazem uso correto dos medicamentos apenas nos primeiros três meses. Ao final de um ano, só 15% a 20% dão continuidade ao tratamento.
Recomendações
O Ministério da Saúde recomenda que as pessoas consumam no máximo 5 gramas de sal por dia, o equivalente a uma colher de chá. A média de ingestão do brasileiro é de 10 a 14 gramas diários. Para saber a quantidade de sal em um alimento, basta multiplicar o valor de sódio no rótulo de um alimento por 2,5. Por exemplo: um produto com 500 mg de sódio tem 1,25 g de sal.
No ano passado, a Sociedade Brasileira de Cardiologia lançou a campanha “Eu sou 12 por 8" para reduzir o consumo de sal entre a população, com foco em cantinas escolares e produtos industrializados. Estima-se que, se a indústria cortar 20% da concentração de sódio nos alimentos, o número de brasileiros hipertensos cairá cerca de 50%. Por isso, deve-se diminuir a ingestão de enlatados, conservas, temperos como molho shoyu, ketchup e picles, e comida pronta em geral. Para os hipertensos, é indicado ainda eliminar o consumo de bebidas isotônicas e energéticas.
O álcool também influencia na pressão arterial. O limite máximo permitido para que a bebida não cause danos à pressão é de uma dose diária (uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de uísque) para o homem e meia dose para a mulher. Mas, apesar da falta de risco cardiovascular, esse volume já pode ser suficiente para causar dependência.
Por fim, é importante fazer atividade física regularmente, de preferência quatro vezes por semana, durante uma hora cada (15 minutos de aquecimento, 30 minutos de exercício e mais 15 de desaquecimento). As atividades aeróbicas são as mais recomendadas, como caminhar, correr, nadar e andar de bicicleta, pois produzem substâncias que ajudam a controlar a pressão de 12h a 24h após os exercícios.
Os hipertensos devem cuidar com a musculação, pois, quando feita sem controle, pode desencadear o efeito contrário. Fortalecimento muscular também é eficaz duas vezes por semana, durante 30 minutos. Ultrapassar esses limites não trarão benefícios, apenas lesões.
 

Fome depois do treino 'é mito'



A fome depois do exercício é muito mais cultural do que fisiológica, segundo o médico do esporte Marcelo Leitão. "A não ser que a pessoa tenha feito jejum antes, uma hora de exercício não vai esgotar os estoques de energia do corpo. As pessoas têm reservas, principalmente quem precisa perder peso", diz ele.

Para o médico, a culpa pela sensação de fome pós-treino é da dieta desorganizada. É o que também pensa a nutricionista Luciana Rossi, professora do Centro Universitário São Camilo.
"Não é algo fisiológico. Depois da atividade física, o sangue vai para os músculos [não fica no estômago]", afirma. Ela é contra dietas restritivas --principalmente associadas à prática de exercícios.
A nutricionista Heloisa Guarita, presidente da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva, faz coro. "Dá para emagrecer mantendo uma ingestão normal de calorias [de acordo com as necessidades diárias] e aumentando a prática de exercício."
Para driblar a fome pós-treino é indicado comer antes e depois da atividade, de acordo com Rossi. Uma hora antes de treinar escolha carboidratos leves, como três biscoitos integrais, um suco de fruta ou uma banana.
Depois, faça um lanche com carboidrato e proteína: uma ou duas fatias de pão integral, uma fatia de um embutido leve (peito de peru) e queijo. "É interessante comer proteína depois do treino porque ajuda a ganhar massa magra. E, quando a pessoa tiver fome, não será incontrolável", diz Rossi.
Editoria de Arte/Folhapress
Fracionar a alimentação é uma dica que serve mesmo para quem não faz academia. Além disso, é bom aumentar o consumo de vegetais (cinco porções por dia) e de frutas (três por dia) e trocar carboidratos refinados por integrais. Esses truques aumentam a sensação de saciedade.
Dietas com menos de 1.200 calorias não devem ser feitas, de acordo com a nutricionista Camila Gracia, do HCor. "É difícil conseguir a quantidade ideal de nutrientes com tão poucas calorias. Em geral, fazemos uma redução de 500 a 700 calorias, dependendo de quanto a pessoa come e de quanto gasta."

Cerca de 30% dos brasileiros têm mau hálito; veja como não entrar nesta lista

Márcia Moreno
Do UOL, em São Paulo
  • Thinkstock
    A halitose crônica geralmente é causada pela doença periodontal, resultado da má higienização bucal
    A halitose crônica geralmente é causada pela doença periodontal, resultado da má higienização bucal
Cerca de 30% dos brasileiros, aproximadamente 50 milhões de pessoas, têm mau hálito. A informação é da Associação Brasileira de Halitose, baseada em pesquisas realizadas no Brasil.

Halitose ou mau hálito é a liberação de odores desagradáveis pela boca ou mesmo pela respiração. A halitose não é uma doença, mas pode mostrar que há algo de errado no organismo.

“Há mais de 60 causas distintas”, afirma Ivan Stabnov, médico gastroenterologista e endoscopista, do Hospital Adventista Silvestre, do Rio de Janeiro. E em mais de 90% dos casos, a origem se dá na cavidade bucal - acompanhada ou não de alterações sistêmicas como diabetes, distúrbios renais e prisão de ventre, por exemplo.

Alguns alimentos, aliados a ações saudáveis, podem ajudar a combater a halitose.  Os principais, que diminuem e evitam a halitose, são os que ajudam o sistema digestivo e que têm poder adstringente.

Por outro lado, os alimentos também podem ser os vilões da chamada halitose transitória, aquela que se manifesta de repente e desaparece pouco tempo depois, como cebola e alho. Outros exemplos no álbum a seguir:

Foto 1 de 12 - COMBATE: alimentos crus e com casca, como a maçã, a cenoura e o pepino. "São alimentos que auxiliam na limpeza dos dentes e impedem o acúmulo de bactérias", afirma a dentista Daniela Aggio, diretora da Clinica Saúde e Sorriso. "A maçã tem uma ação adstringente bem interessante", reforça a dentista Rosa Yana, mestre em odontologia pela Universidade Cruzeiro do Sul 


Foto 2 de 12 - COMBATE: o chá de boldo, que proporciona inúmeros benefícios à saúde, como o alívio dos sintomas de intolerâncias alimentares. "Auxilia na má digestão e no bom funcionamento do intestino", diz a dentista Daniela Aggio, diretora da Clínica Saúde e Sorriso


Foto 3 de 12 - COMBATE: "Gengibre é um alimento que ajuda a estimular os processos digestivos. O ideal é tomar uma xícara de chá logo após as refeições, que evita a formação de gases", afirma a dentista Daniela Aggio 


Foto 4 de 12 - COMBATE: "O iogurte natural sem açúcar reduz os níveis de gás sulfídrico em nosso organismo", aponta a dentista Daniela Aggio. O gás sulfídrido é umas das principais causas do mau hálito, que pode ser reduzido pelas bactérias ativas do iogurte, segundo estudo realizado por cientistas japoneses e apresentado em um encontro da Associação Internacional para Pesquisa Dental 


Foto 6 de 12 - COMBATE: Suco de limão, que tem poder adstringente e bactericida. "Ajuda a eliminar bactérias presentes na boca e em todo sistema digestivo", afirma a dentista Daniela Aggio. "Por controlar a acidez do estômago e do intestino, o limão também é indicado em casos de azia e má digestão", diz a nutricionista Cynthia Roman Monteiro


Foto 7 de 12 - COMBATE: "Hortelã estimula o sistema digestivo e proporciona um aroma agradável", afirma a dentista Daniela Aggio


Foto 8 de 12 - COMBATE: tomar água estimula as glândulas salivares e ainda ajuda a eliminar resíduos de todo organismo, inclusive da boca. "O ideal é beber de 2 litros de água por dia. A baixa ingestão pode reduzir o fluxo salivar o provocar a halitose", alerta a nutricionista Cynthia Roman Monteiro 


Foto 9 de 12 - PROVOCAM: alguns alimentos também podem ser os vilões da chamada halitose transitória, aquela que se manifesta de repente e desaparece pouco tempo depois. Para evitar isso, o ideal é fugir de alimentos com odor forte, como o alho, cebola, picles, repolho, couve, couve-flor e brocólis 


Foto 10 de 12 - PROVOCAM: "As gorduras e alimentos gordurosos também contribuem para halitose", aponta o médico gastroenterologista e endoscopista, do Hospital Adventista Silvestre, do Rio de Janeiro


Foto 11 de 12 - PROVOCAM: o álcool e o café também podem produzir halitose. As bebidas alcoólicas causam halitose, entre outros motivos, por produzirem compostos voláteis após serem metabolizadas, por exemplo


Foto 12 de 12 - PROVOCAM: "Os queijos amarelados, ovos, condimentos, chocolate, salame, presunto e mortadela liberam compostos voláteis", diz a nutricionista Cinthia Romam Monteiro


Causas e como combater

A halitose crônica geralmente é causada pela doença periodontal, resultado da má higienização bucal. “A falta de higiene bucal pode acumular placas bacterianas nos dentes e amígdalas e também nas gengivas, causando sangramento, gengivite e periodontite”, afirma Aggio.

A língua também deve ter a nossa atenção na hora da limpeza bucal e deve ser sempre escovada após as refeições. “A saburra lingual, material branco ou amarelado no dorso posterior da língua, é uma massa bacteriana e pode produzir um odor ruim”, diz a dentista Rosa Yana.
“A halitose, quando não cuidada pode tornar-se um problema desagradável, que dificulta as relações pessoais tanto no trabalho quanto na vida íntima”, completa ela.

Entre outras causas da halitose, estão a TPM e a prisão de ventre. A tensão emocional causada no período pré-menstrual pode provocar diminuição da salivação e aumentar a saburra lingual, com consequente mau hálito.

 “Apesar disso, a maioria das mulheres não percebe alteração no hálito no período pré-menstrual e menstrual”, diz Aggio.
E para aquelas pessoas que ficam muito tempo sem evacuar, o mau hálito também pode aparecer. “O organismo pode reagir a essa alteração no funcionamento intestinal gerando odores no hálito”, diz Stabnov.
Os portadores de diabetes também podem desenvolver mau hálito, geralmente cetônico, também relacionado a pessoas que ficam muito tempo em jejum.
Teste do mau hálito
A tecnologia também ajuda no combate a halitose. Existe atualmente um teste desenvolvido no Japão e é utilizado por muitos pesquisadores em vários países. É um dispositivo de análise de saúde oral, já existente em clínicas e laboratórios odontológicos, que mede três gases causadores o mau hálito.

“É um teste que identifica a situação da higiene oral, doença periodontal e distúrbios do sistema gastrointestinal, que ajuda o profissional a orientar o paciente”, conta Aggio. “O mau hálito tem um impacto negativo na vida das pessoas. O ideal é vencer o preconceito e buscar ajudar profissional. A halitose tem cura e deve ser tratada com muito respeito”, acrescenta.
Como alertar anonimamente a quem tem o problema
Avisar alguém que está com mau hálito é uma das situações mais constrangedoras que existe. Para ajudar nesta tarefa meio ingrata, a Associação Brasileira de Halitose (ABHA) criou o serviço "SOS Mau Hálito", que avisa, por meio de e-mail ou carta, quem possivelmente está com o problema - sem revelar quem mandou a informação.
"Numa pesquisa feita por nós em 2008, constatamos que 99% das pessoas que tinham mau hálito, gostariam de ter sido avisadas antes", diz Marcos Moura, presidente da associação e dentista. O serviço já funciona desde 1990. "É uma forma rápida, eficiente e sem traumas de deixar as pessoas a par desta situação". Antigamente o serviço era automático, bastava a pessoa colocar a mensagem e enviar. Hoje em dia, passa por uma triagem.
"Infelizmente ainda tem pessoas que usam o serviço para brincar com um amigo", afirma Moura. Para usar o alerta, basta acessar o site da Associação e entrar no link "SOS Mau Hálito", onde a pessoa escreve os dados de quem receberá a mensagem e se será por carta ou e-mail. ABHA envia por mês, em média, 600 pedidos do serviço. "Acreditamos que estamos beneficiando os portadores de halitose. É provado que quem tem mau hálito não sente, pois há uma fadiga olfatória e as células do nariz se acostumam ao odor", explica Moura.
Ao receber a carta ou e-mail da ABHA sobre o possível mau hálito, o destinatário recebe também uma lista de profissionais indicados pela Associação, que são especialistas no assunto. No próprio site da ABHA, é possível obter várias informações de como combater a halitose. O dia 22 de setembro foi escolhido como o Dia Nacional do Combate à Halitose e serão promovidos vários eventos no Brasil todo para alertar e instruir o público sobre o assunto.

COMO PREVENIR O MAU HÁLITO

Realizar pequenas refeições a cada três horas: jejum prolongado pode comprometer seu hálito
Evitar alimentos que contribuam para o ressecamento bucal (muito salgados, quentes ou condimentados)
Ter uma dieta balanceada, incluindo uso de alimentos duros e fibrosos; evitar álcool e fumo em excesso
Ingerir bastante líquido, de preferência água (média de 2 litros/dia)
Realizar adequada higiene bucal (incluindo limpeza da língua), o uso de fio dental e evitando o uso de soluções para bochecho com álcool na composição
Visitar o dentista semestralmente, prevenindo assim problemas dentários e gengivais (ex: tártaro, sangramentos,etc)
Realizar exames de saúde geral (check-up) anualmente
Praticar atividades físicas
Reduzir o estresse
Fonte: Associação Brasileira de Halitose