domingo, 18 de novembro de 2012

A receita das mulheres 'megabombadas'



Reportagem de VEJA desta semana mostra como as adeptas do expansionismo corporal fazem exercícios compulsivos e intervenções cirúrgicas radicais. Muitas usam, mas poucas admitem, uns certos remédios proibidos

Dolores Orosco
Qual sua opinião sobre o conjunto estético da jovem dançarina na foto à direita? Como em praticamente tudo neste mundo, as opiniões provavelmente serão muito divergentes. Várias mulheres, inspiradas pelo padrão esguio das modelos famosas, se arrepiarão de horror. Vários homens, autodeclarados adeptos da fartura, aprovarão. Num ponto todos concordarão: isso nunca existiu antes. São as mulheres em permanente expansão corporal.
Dotadas de um tipo físico já naturalmente reforçado, elas abusam das cirurgias plásticas até os limites da elasticidade cutânea, turbinam a musculatura com exercícios que deixariam muitos homens sem fôlego e seguem dietas desenhadas para estufar todas as curvas que podem ser aumentadas. Nos intervalos da malhação, muitas também aplicam os aditivos que funcionam como uma espécie de fermento dos músculos. São as megabombadas.
A maior parte das substâncias usadas por mulheres que querem ficar bombadonas imita, de maneira sintética, a testosterona. Com funções importantíssimas quando distribuído de forma natural, esse hormônio existe em grandes quantidades no corpo dos homens e, em proporções bem menores, no das mulheres. Quando injetada artificialmente, a testosterona produz transformações chamadas de virilizantes no organismo feminino. A voz fica mais grossa e nascem pelos escuros e espessos no rosto e nos mamilos. Outro sinal patente de seu uso são as espinhas nas costas, no colo e no rosto.
"Minha voz passou de Sandy para Ivete Sangalo”, brinca Maysa. As transformações também podem atingir os órgãos genitais, especialmente o clitóris, que chega a quadruplicar de tamanho. “Quando turbinado pela testosterona, o clitóris incha e pode chegar a medir 7 centímetros”, diz a endocrinologista Amanda Athayde, diretora da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. “Ao contrário do que seria uma conclusão natural, o aumento do clitóris não influencia no prazer sexual. Algumas terminações nervosas são danificadas e a mulher pode até perder a sensibilidade na região.”
Fotos: João Laet/ Ag O Dia e Danilo Carvalho AGNEWS
O oposto - Mirella Santos: antes empurrava 300 quilos; hoje, está mais magra e levou junto o marido humorista
O oposto - Mirella Santos: antes empurrava 300 quilos; hoje, está mais magra e levou junto o marido humorista
Na forma aprovada pela medicina universalmente aceita, a testosterona sintética é componente de uma série de medicamentos usados para tratar pacientes que sofrem de degenerações musculares graves. Evidentemente, exige prescrição médica. Malhadores mal orientados conseguem comprar o produto pela internet ou com receitas de médicos amigos. É assim também que é feito o acesso ao GH, sigla em inglês para o hormônio do crescimento. Produzido pela glândula hipófise, ele tem um papel essencial no processo de crescimento das crianças e dos jovens. Nas mãos dos malhadores bombados, é utilizado para aumentar a densidade óssea e a massa muscular.
Mudanças - Por causa da atuação na ossatura, um de seus efeitos colaterais muda até o formato do rosto. “Isso acontece com o alargamento dos maxilares. Em casos mais graves, esse alargamento promove mudanças na arcada dentária, como a separação dos dentes. O hormônio também reduz a gordura do rosto, deixando a mandíbula mais projetada”, explica Marcello Bronstein, professor de endocrinologia da Faculdade de Medicina da USP. Mais grave ainda são as agressões do GH e dos esteroides anabolizantes a órgãos vitais como o coração e o fígado. “O coração também é músculo e, assim, sofre os efeitos da hipertrofia. As artérias ficam entupidas e aumenta o risco de infarto”, diz o fisiologista Renato Romani, do Hospital Nove de Julho, em São Paulo. “Já o fígado é o estabilizador químico do organismo. Quando ao volume natural de impurezas se acrescentam substâncias ingeridas, como os anabolizantes, ele pode sofrer lesões graves.”
Há mulheres que malham de maneira agressiva para conquistar músculos que muitos homens não têm usando apenas uma força de vontade quase sobrenatural. A paulista Fabiana Frota, 31, garante que é uma delas. Mulher de Alexandre Frota, atualmente dedicado à carreira de jogador de futebol americano, e dançarina do programa do Raul Gil, Fabiana é incisiva ao declarar que não tem “nem uma gota de anabolizante, Deus me livre, de jeito nenhum” no corpo. “Em São Paulo, a mulherada usa menos, mas no Rio de Janeiro é uma loucura. Elas querem ficar enormes para alguém ver e chamar para desfilar no Carnaval”, compara.
A dançarina começou a trabalhar os músculos há quatro anos com o personal trainer Renato Ventura. O formato corporal foi encomendado pessoalmente por seu amigo Frota, que pediu coxas grossas e nádegas bem pronunciadas, mas “nada de braço de marmanjo”, segundo relembra Ventura. “Ele gosta de mulher fininha em cima e gostosona embaixo”, explicita. Fabiana, analisa o treinador, tem “uma genética mágica”, que faz com que ela ganhe músculos muito facilmente.
Para dar um belo empurrão na genética, três vezes por semana Fabiana treina exclusivamente coxas e nádegas com cargas bombásticas: 40 quilos em cada tornozeleira. “Com esses pesos que eu também carrego na barriga, fico parecendo uma mulher-bomba”, diverte-se ela, referindo-se aos infames coletes usados por terroristas suicidas. As dez claras de ovo cozidas que come no lanche da tarde “me ajudaram a ganhar o par de coxas que eu buscava”, diz a dançarina. A única coisa que ela diminuiu foram as próteses mamárias de silicone. As originais, de 550 mililitros, foram trocadas por outras de 470, para que não produzam um efeito gigantesco demais quando aparecem na televisão.
Esteroides - Mulheres que vivem profissionalmente do corpo não deixam tudo nas mãos da natureza. A comparação à esquerda entre uma modelo conhecida pelo corpo esguio como a sul-africana Candice Swanepoel e a musculosa Fabiana Frota mostra as diferenças entre padrões distintos de beleza - e de resultados buscados com os exercícios físicos. No caso das mulheres que usam substâncias proibidas, esses resultados são potencializados. Os esteroides estimulam a produção de miócitos, nome das células que constituem os músculos, e podem aumentar entre 30% e 50% a circunferência das coxas.
“Sem o anabolizante, o corpo leva o dobro do tempo para conseguir isso”, diz o fisiologista Renato Romani. A ex-apresentadora de TV Mirella Santos costumava fazer musculação sete vezes por semana, levantar 300 quilos com as pernas e tomar intragáveis cinco shakes de proteínas por dia. Também dava uma incrementada. “Há uns dez anos, usei anabolizante. Parei porque eu não gosto de regra, de ter de tomar um negócio todo dia, na mesma hora”, lembra Mirella, que abandonou o padrão mulher-bomba e voltou a ter um corpo enxuto fazendo exercícios mais leves e uma dieta em que reina o sushi. “Malhamos juntos e terminei entrando também na onda da alimentação saudável dela”, diz Wellington Muniz, humorista do Pânico e marido de Mirella. Mas que ninguém fale em enxugar alguma coisa perto de Maysa Abusada. O cachê dela em shows em que dança subiu de 800 para 3 000 reais com o corpo expandido. “Os homens viram o pescoço quando passo”, alegra-se. “Mulheres e travestis também, mas é só para botar olho gordo.” Abusada. 

Terapia em gel pode se tornar alternativa para reposição hormonal no homem


Androgel, uma testosterona sintética em forma de gel, está em fase de aprovação pela Anvisa. Se aprovado, produto deve entrar no mercado em 2013

Aretha Yarak
A reposição de testosterona por um medicamento em gel pode reverter os sintomas do hipogonadismo, uma síndrome causada por baixos níveis do hormônio no homem
A reposição de testosterona por um medicamento em gel pode reverter os sintomas do hipogonadismo, uma síndrome causada por baixos níveis do hormônio no homem (Thinkstock)
A reposição hormonal masculina pode se tornar mais fácil e indolor em 2013. Ainda em fase de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o androgel é um método de tratamento eficiente e indolor, quando comparado às injeções oleosas e doloridas disponíveis hoje no mercado nacional. O tratamento com a testosterona sintética em forma de gel, aplicado diariamente sob a pele, foi apresentado durante o 30º Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, em Goiânia, realizado na última semana.
O hipogonadismo tardio do adulto (HPA) é uma síndrome relacionada ao envelhecimento, causada por baixos níveis de testosterona no homem. Estima-se que 25% dos homens acima dos 70 anos tenham a condição, que começa a se desencadear a partir da quarta década de vida. "Com o envelhecimento da população, a reposição hormonal no homem tem estado mais em voga. A classe médica precisa começar a ficar mais atenta", diz Karla Melo, endocrinologista da Equipe de Diabetes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo (USP).
Sintomas — Os sinais do HPA são, normalmente, de ordem sexual, como diminuição da libido, disfunção sexual e crescimento mais lento dos pelos da face. Há ainda sintomas inespecíficos e frequentes em idosos, o que dificulta o diagnóstico — como diminuição da densidade mineral óssea (osteopenia e osteoporose), distúrbios do sono, triglicérides, colesterol e anemia. "O diagnóstico é muito complicado, porque o homem não gosta de comentar que está com problemas de ereção. Isso é associado à perda de virilidade", diz Karla.
Em casos onde essa deficiência de testosterona acontece na fase da pré-puberdade, os sintomas costumam ser voz juvenil, diminuição da massa muscular, braços e pernas muito longas, crescimento das mamas e osteoporose. Nesses casos, as causas da síndrome podem ser de ordem genética, ter como origem uma deficiência enzimática ou derivada de traumas testiculares, doenças autoimunes, desnutrição, quimioterapia ou exposição à radiação ou a substâncias tóxicas.
Terapia — O tratamento do HPA é feito por meio de reposição hormonal — de maneira similar à reposição na mulher. No mercado brasileiro estão disponíveis hoje apenas injeções de durações curta (10 a 21 dias) e longa (12 semanas). "Essas injeções são oleosas e muito doloridas", diz Karla. As de curta duração têm ainda um pico muito alto de liberação do hormônio, o que pode levar a um estímulo excessivo da próstata, seguido de uma baixa considerável nos níveis da substância.
Caso a Anvisa aprove a entrada do androgel no mercado nacional, o medicamento poderá ser uma alternativa para as temidas injeções. De acordo com Karla, o gel é aplicado diariamente sob a pele e tem uma liberação mais homogênea do hormônio no organismo — sem a presença de picos. Segundo a especialista, nos Estados Unidos, onde foi aprovado pelo FDA (agência sanitária americana), o androgel é líder de mercado, dada sua eficácia e facilidade de aplicação. No Brasil, o androgel deixou de ser vendido depois que a farmacêutica responsável por sua produção saiu do país. Outra empresa assumiu recentemente a confecção do medicamento, que precisou passar por todo o processo de aprovação novamente na Anvisa. "Esperamos que a volta do gel facilite também o tratamento dos homens brasileiros."
Entre os possíveis riscos do gel estão a atrofia dos testículos, aumento excessivo das mamas e infertilidade. "Assim como na reposição hormonal da mulher, é preciso monitorar continuamente o tratamento no homem", diz Karla.

Cafeína ajuda a reduzir risco de Alzheimer



Idosos com comprometimento cognitivo que bebiam ao menos três xícaras de café ao dia não desenvolveram a doença em um período de quatro anos

Xícara de café
Cafeína pode ser aliada na prevenção do Alzheimer (Medioimages/Photodisc/Getty Images)
Consumir cafeína pode ajudar a reduzir as chances de idosos com comprometimento cognitivo leve desenvolverem doença de Alzheimer, de acordo com uma pesquisa feita nas universidades do Sul da Flórida e de Miami, nos Estados Unidos. Os resultados, que foram publicados nesta terça-feira no periódico Journal of Alzheimer’s Disease, mostraram que nenhum dos participantes do estudo que beberam ao menos três xícaras de café ao dia foi acometido pela doença durante o período da pesquisa.

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COGNIÇÃO
Conjunto de processos mentais usados no pensamento, na percepção, na classificação, no reconhecimento, na memória, no juízo, na imaginação e na linguagem. O comprometimento cognitivo é uma das características mais importantes da demência, como na doença de Alzheimer
COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE
É o período de transição entre quadro de envelhecimento normal e diagnóstico de demência, que é a diminuição da função mental e comprometimento da memória, do pensamento, da capacidade para aprender e do juízo
“Essas conclusões são intrigantes e sugerem que idosos que consomem mais cafeína não desenvolvem a doença de Alzheimer ou apresentam a demência com um atraso substancial”, diz o neurocientista e coordenador do estudo, Chuanhai Cao. O pesquisador explica que esse efeito protetor da cafeína mostrou-se eficaz especialmente em indivíduos mais velhos e com comprometimento cognitivo leve, que não é uma demência, mas já é um quadro de diminuição da capacidade mental. De acordo com o artigo, 15% das pessoas com esse comprometimento acabam desenvolvendo a doença de Alzheimer.
Os pesquisadores acompanharam durante quatro anos 124 indivíduos de 65 a 88 anos. Eles analisaram a capacidade cognitiva e os níveis de cafeína na corrente sanguínea de cada um. A equipe observou que os níveis de cafeína medidos no início do estudo eram 51% menores no sangue das pessoas que tinham comprometimento cognitivo leve e que desenvolveram Alzheimer ao longo dos quatro anos, do que no daquelas que tinham o comprometimento, mas não foram acometidas pela demência. Além disso, nenhum paciente do grupo que mais consumiu cafeína — cerca de três xícaras de café ao dia — teve Alzheimer no período da pesquisa.
“Não estamos afirmando que a cafeína elimina completamente os riscos de uma pessoa ter Alzheimer, mas sim que ela pode ajudar a reduzir essas chances ou a retardar o surgimento da doença”, diz Cao. “Podemos dizer que a ingestão moderada de café é a melhor opção para prevenir o Alzheimer, já que a bebida é barata, disponível, atinge facilmente o cérebro e tem poucos efeitos colaterais para a maioria de nós”.

Quatro xícaras de café ao dia evitam insuficiência cardíaca



Segundo estudo, hábito pode ajudar a diminuir risco do problema em até 11%

Estudo: café não aumenta risco cardiovascular
Estudo: insuficiência cardíaca pode ser evitada com quatro xícaras de café ao dia (Thinkstock)
Mais um benefício à saúde foi atribuído ao café. Dessa vez, pesquisadores do Centro Médico Beth Israel, hospital ligado à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, concluíram que quem consome moderadamente a bebida — ou seja, quatro xícaras ao dia — pode apresentar até 11% menos chances de ter insuficiência cardíaca. O estudo foi publicado nesta terça-feira no periódico Circulation: Heart Failure, uma publicação da Associação Americana do Coração.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Habitual Coffee Consumption and Risk of Heart Failure: A Dose-Response Meta-Analysis

Onde foi divulgada: revista Circulation: Heart Failure

Quem fez: Elizabeth Mostofsky, Megan S. Rice, Emily B. Levitan e Murray A. Mittleman

Instituição: Centro Médico Beth Israel, hospital ligado à Universidade de Harvard

Dados de amostragem: análise de outras quatro pesquisas sobre o consumo de café que, ao todo, envolveram 140.220 participantes e registraram 6.522 casos de insuficiência cardíaca, de janeiro de 1966 a dezembro de 2011.

Resultado:  quem consome a bebida moderadamente tem menos riscos de sofrer insuficiência cardíaca.
Esse resultado foi baseado na análise de outras quatro pesquisas sobre o consumo de café que, ao todo, envolveram 140.220 participantes e registraram 6.522 casos de insuficiência cardíaca, de janeiro de 1966 a dezembro de 2011. De acordo com os autores do trabalho, a relação entre o café e a proteção ao coração segue o padrão da ‘curva em J’. Ou seja, quem consome a bebida moderadamente tem menos riscos de sofrer o problema cardíaco do que os abstêmios; mas quem bebe muito café, além de não se beneficiar, pode até prejudicar a saúde.
Os pesquisadores não conseguiram, porém, explicar de que maneira o café age sobre o organismo, reduzindo o risco de insuficiência cardíaca. No entanto, eles lembram que outros trabalhos relacionaram o consumo de cafeína à proteção contra diabetes e hipertensão — dois fatores associados à doença. Evitando esses dois problemas, portanto, já seria um modo eficaz de diminuir as chances de insuficiência cardíaca.

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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Acontece quando, em decorrência de uma determinada doença, o coração bombeia o sangue de maneira ineficaz, não conseguindo satisfazer a necessidade do organismo, reduzindo o fluxo sanguíneo. Embora possa acometer pessoas de todas as idades, é mais comum em idosos. Pessoas com insuficiência cardíaca grave devem utilizar dispositivos mecânicos ou receber um transplante.

Atividade física pode evitar insuficiência cardíaca em idosos



Pesquisa identificou um risco menor da doença entre aqueles que se exercitavam com maior frequência

Envelhecimento: Pesquisa dá primeiro passo para tornar novamente jovens músculos de idosos
Idoso ativo: Exercício físico pode ser aliado de pessoas maiores do que 65 anos para evitar a insuficiência cardíaca(Thinkstock)
Exercitar-se é um hábito que pode ajudar a prevenir uma série de complicações de saúde. No entanto, a prática nem sempre precisa ser seguida durante toda a vida — embora isso seja o ideal — para que esse efeito positivo ocorra. Um novo estudo feito na Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, concluiu que pessoas maiores do que 65 anos de idade que praticam alguma atividade física têm menos chances de sofrer de insuficiência cardíaca, uma condição que é mais comum entre idosos. Segundo os autores desse estudo, exercícios de intensidade moderada, como caminhada rápida, por exemplo, já são suficientes para produzir o efeito positivo. As conclusões foram publicadas na edição desta semana do periódico Journal of the American College of Cardiology.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Physical Activity, Change in Biomarkers of Myocardial Stress and Injury, and Subsequent Heart Failure Risk in Older Adults

Onde foi divulgada: periódico Journal of the American College of Cardiology

Quem fez: Christopher deFilippi,James de Lemos, Andrew Tkaczuk, Robert Christenson, Mercedes Carnethon, David Siscovick e outros

Instituição: Universidade de Maryland, Estados Unidos

Dados de amostragem: 2.933 pessoas maiores do que 65 anos de idade

Resultado: Idosos que praticam atividade física possuem menores níveis de marcadores biológicos que indicam o risco de insuficiência cardíaca
Os pesquisadores selecionaram 2.933 pessoas com mais de 65 anos que não tinham insuficiência cardíaca e mediram os seus níveis de dois marcadores biológicos (marcadores são substâncias medidas para detectar alguma doença ou desequilíbrio no organismo) para a condição. Foram eles a troponina T, uma proteína envolvida no processo de contração muscular, e o peptídeo natiurético tipo-B, molécula liberada pelas células cardíacas. Uma grande quantidade dessas substâncias no organismo indica um maior risco de insuficiência cardíaca. Os níveis de atividade física que cada participante praticava também foram avaliados.
Os resultados indicaram uma relação inversa entre os níveis de atividade física que um participante realizava e os níveis desses dois marcadores biológicos em seu organismo. Ou seja, aqueles que se exercitavam com mais frequência apresentavam menores níveis de ambas as substâncias e, portanto, um menor risco de insuficiência cardíaca. Segundo o estudo, os indivíduos mais fisicamente ativos eram 70% menos suscetíveis a ter altos níveis de troponina T e 50% menos propensos a ter altos níveis do peptídeo natiurético tipo-B. "Nossas descobertas levantam a possibilidade de que os níveis de marcadores biológicos associados à insuficiência cardíaca podem ser alterados com a adoção de um estilo de vida saudável mesmo em idades mais avançadas", escreveram os autores no artigo.
O efeito benéfico dos exercícios em idosos tem sido demonstrado por vários estudos. Uma pesquisa americana publicada recentemente, por exemplo, mostrou que uma pequena quantidade de exercícios físicos regulares pode proteger idosos de perdas de memória que acontecem subitamente após uma infecção, doença ou lesão na velhice. Além disso, segundo indicou um trabalho sueco, pessoas com mais de 75 anos, mesmo aquelas que sofrem de alguma doença crônica, podem viver até cinco anos a mais se adotarem hábitos saudáveis — entre eles, atividades físicas, inclusive as realizadas nos momentos de lazer. 

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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Pode acontecer em decorrência de qualquer doença que afete diretamente o coração. Acontece quando o coração bombeia o sangue de maneira ineficaz, não conseguindo satisfazer a necessidade do organismo, reduzindo o fluxo sanguíneo do corpo ou a uma congestão de sangue nas veias e nos pulmões. A insuficiência faz com que os músculos dos braços e das pernas se cansem mais rapidamente, os rins trabalhem menos e a pressão arterial fique baixa. A função do coração é bombear o sangue para o corpo e, depois, tirar o sangue das veias. Quando o coração bombeia menos sangue do que o normal, há uma fração de ejeção reduzida. Quando o coração enfrenta dificuldades em receber o sangue novamente, trata-se de uma fração de ejeção preservada, ou insuficiência cardíaca com dificuldade de enchimento do coração. Embora possa acometer pessoas de todas as idades, é mais comum em idosos.

Conheça 12 formas de evitar o diabetes


Embora não seja possível prevenir completamente o surgimento da doença, há uma série de hábitos e de alimentos que reduzem esse risco

Vivian Carrer Elias
Diabetes: hábitos e alimentos saudáveis podem evitar a doença
Diabetes: hábitos e alimentos saudáveis podem evitar a doença (Thinkstock)
O diabetes tipo 2 é uma doença que pode surgir a partir da combinação de dois fatores: o genético, ou seja, o histórico da doença na família, e o ambiental, que são fatores de risco para o problema, como obesidade e sedentarismo. Isso não quer dizer, porém, que uma pessoa sem histórico familiar não possa desenvolver a doença. No entanto, médicos ouvidos pelo site de VEJA concordam em uma coisa: hábitos saudáveis reduzem de forma significativa o risco do diabetes tipo 2.
A doença — Enquanto o diabetes tipo 1 ocorre pela falta da produção de insulina, hormônio que controla os níveis de glicose no sangue, no do tipo 2 a insulina continua a ser produzida normalmente, mas o organismo desenvolve resistência ao hormônio. Segundo o Ministério da Saúde, essa doença, nas duas modalidades, atinge 5,2% dos homens e 6% das mulheres. Entre as pessoas acima de 65 anos, a incidência é de 21%.
"O diabetes tipo 2 está muito relacionado à obesidade. A gordura que se acumula no abdome promove inflamação e obriga o pâncreas a produzir cada vez mais insulina para que a glicose entre nas células", diz Celso Cukier, médico nutrólogo do Hospital Albert Einstein. Como não há nada que possa ser feito quanto à predisposição genética para uma doença, Cukier explica que a manutenção do peso (ou o emagrecimento) e uma vida fisicamente ativa são essenciais para reduzir o risco do diabetes. Além disso, como atestaram várias pesquisas científicas, há outros hábitos e determinados alimentos que podem ajudar nessa proteção. Veja abaixo quais são eles.

1) Perca a barriga

Um dos principais fatores de risco para o diabetes tipo 2 é o acúmulo da gordura visceral, ou seja, a gordura acumulada na região abdominal que também se concentra no fígado e entre os intestinos. “Essa gordura obriga o pâncreas a produzir cada vez mais insulina para que a glicose consiga entrar nas células. Esse excesso estimula uma série de mudanças no metabolismo, como aumento da pressão arterial e das taxas de colesterol no sangue”, explica Carlos Alberto Machado, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Portanto, o ganho de peso pode significar o aumento da gordura visceral e, consequentemente, do risco de diabetes tipo 2.

2) Faça 30 minutos de atividade física diária

Muitos estudos já relacionaram o exercício físico ao menor risco de diabetes tipo 2, assim como outras pesquisas mostraram que o sedentarismo pode levar ao desenvolvimento da doença. Em 2002, um estudo clássico sobre diabetes, o Diabetes Prevention Program (DPP), mostrou que uma mudança no estilo de vida é melhor para evitar a doença do que medicamentos como a metformina, que reduz a resistência à insulina. Essa mudança no estilo de vida significa 150 minutos de atividade física por semana, uma melhora na alimentação e a perda de 7% do peso corporal em seis meses. “Embora a pesquisa tenha sido feita há dez anos, seus resultados foram comprovados pelos estudos que vieram depois”, diz Carlos Alberto Machado, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

3) Cuidado com o sono

Um estudo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, que foi publicado neste ano mostrou que dormir mal — ou seja, pouco ou de forma inconstante — aumenta o risco tanto de obesidade quanto de diabetes. Isso ocorre porque noites mal dormidas alteram o relógio biológico e retardam o ritmo metabólico. Essa redução pode significar um aumento de 4,5 quilos ao ano sem qualquer alteração da prática de atividade física ou dos hábitos alimentares. Com isso, há o risco do aumento de glicose e resistência à insulina no organismo, fatores que podem levar ao diabetes.

4) Controle o stress

Por diferentes motivos, o stress pode elevar o risco de uma pessoa desenvolver diabetes tipo 2. Umapesquisa feita no Canadá com mais de 7.000 mulheres, por exemplo, concluiu que o stress no trabalho chega a dobrar o risco de mulheres terem a doença. Os autores desse estudo mostraram que o problema emocional está ligado a um maior consumo de alimentos gordurosos e calóricos e a um maior sedentarismo, fatores que aumentam as chances de desenvolver a doença. Além disso, o trabalho sugeriu que o diabetes se favorece por perturbações geradas nos sistemas neuroendocrinológico e imunológicos, que provocam maior produção de hormônios como o cortisol e a adrenalina.

5) Coma pouco e devagar e não faça jejum

Comer muito, especialmente alimentos calóricos e gordurosos, aumenta o acúmulo da gordura abdominal, um fator de risco importante para o desenvolvimento do diabetes tipo 2. No entanto, não é só a qualidade e a quantidade do que se come que interfere nas chances da doença aparecer. De acordo com uma pesquisa apresentada no Congresso Internacional de Endocrinologia, em maio deste ano, na Itália, a incidência do diabetes é maior em pessoas que comem muito rápido em comparação com quem come mais devagar. O risco, segundo esse estudo, pode chegar a ser 2,5 vezes maior. A frequência com que comemos também interfere nessa probabilidade: uma pesquisa apresentada durante a FeSBE (Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental) de 2011, mostrou que intercalar períodos de jejum e comilança pode causar diabetes, perda de massa muscular e aumentar a produção de radicais livres

6) Sempre que puder, evite comer gordura

A gordura abdominal favorece a resistência a insulina, quadro que está relacionado ao diabetes tipo 2. Portanto, alimentos gordurosos são fatores de risco para a doença, como provaram diversos estudos sobre o assunto. Pesquisadores da Harvard, por exemplo, concluíram que o risco de desenvolver diabetes tipo 2 aumenta 51% se forem consumidos 50 gramas de carne vermelha processada por dia, e 19% se forem ingeridos 100 gramas diárias de carne vermelha não processada. No entanto, algumas mudanças nos hábitos alimentares podem evitar a doença. No mesmo estudo, esses especialistas mostraram que se uma pessoa que consome 100 gramas de carne vermelha todos os dias substitui o alimento por frutas secas para obter a mesma quantidade de proteínas, o risco diminui em 17%. Este número aumenta para 23% se forem consumidos cereais integrais.

7) Prefira alimentos integrais

Os alimentos integrais, como pães e arroz, por exemplo, são excelentes alternativas para substituir alimentos que possuem farinha de trigo, como o pão francês. Esse tipo de comida é conhecida por elevar rapidamente as taxas de glicose no sangue, o que pode favorecer o surgimento do diabetes tipo 2, especialmente entre pessoas com maior risco da doença. Açúcar branco, frutas em calda enlatadas e batatas também possuem alta carga glicêmica. "Quanto menor o índice glicêmico, melhor para o paciente evitar a doença. Alimentos ricos em fibra e integrais são ideais para isso", diz o médico Celso Cukier. 

8) Coma frutas, mas não exagere

Frutas fazem parte de uma alimentação saudável e devem ser ingeridas todos os dias. Porém, há uma grande disparidade na quantidade de frutose, o açúcar das frutas e do mel, que elas contêm. Como ela é metabolizada diretamente pelo fígado, não precisa de insulina para sua quebra primária. Porém, isso não permite o seu consumo em excesso. "A fruta tem muito carboidrato e frutose, mas ela não pode ser eliminada da dieta. Por isso, pessoas predispostas ao diabetes tipo 2 devem evitar as mais adocicadas, como as uvas ou o caqui, ou então consumí-las de forma moderada", diz Roberto Betti, coordenador do Centro de Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

9) Coma queijo e iogurte, mas não exagere

Duas fatias de queijo ou meio pote de iogurte (55 gramas) por dia podem reduzir o risco de diabetes tipo 2 em 12%. O restante dos laticínios, porém, não surtem o mesmo benefício, embora não aumentem o risco da doença. Essas foram as conclusões de um estudo holandês publicado em julho deste ano. Segundo os autores dessa pesquisa, como o queijo, além das gorduras saudáveis, também contenha gordura saturada, o excesso desse tipo de alimento não é recomendado. "Alguns estudos já mostraram que existe uma inteiração entre as células de gordura e o cálcio que ajuda a prevenir a obesidade. No entanto, é preciso tomar cuidado com os excessos", diz Celso Cukier, nutrólogo do Hospital Albert Eistein.

10) Beba café descafeinado

Por causa do efeito da cafeína, o café nem sempre é recomendado a pessoas que apresentam tendência a ter doenças cardiovasculares. No entanto, um estudo americano publicado no início do ano mostrou que a bebida descafeinada, além de não provocar condições como pressão alta, pode proteger o organismo contra diabetes tipo 2. "Vários estudos mostraram que os antioxidantes presentes em bebidas como café e chá podem, de alguma forma, reduzir o risco do diabetes. O que falta sabermos é qual a quantidade e o tipo ideais da bebida que surtem tal efeito", afirma Celso Cukier, nutrólogo do Hospital Albert Einstein.

11) Se beber, vá de vinho tinto

Várias pesquisas já provaram os benefícios do vinho tinto à saúde (desde que consumido moderadamente). Por isso é possível considerar uma taça ao dia como um aliado na diminuição do risco de diabetes tipo 2, como confirmaram os resultados de um estudo da Universidade de Recursos Naturais e Ciências da Vida, em Viena, na Áustria. Porém, além do teor alcoólico, o vinho também pode ser extremamente calórico. Portanto, o exagero não só não reduz as chances do diabetes, como também eleva o risco.

12) Coma amêndoas

Pelo menos de acordo com os resultados de um estudo americano publicado no final de 2010, as amêndoas são armas poderosas contra o diabetes tipo 2, especialmente entre pessoas que têm predisposição à doença — ou seja, com níveis de glicose no sangue acima do normal ou com histórico familiar da condição. Segundo a pesquisa, esses alimentos aumentam a sensibilidade à insulina e, consequentemente, reduzem os níveis de açúcar na corrente sanguínea.














Molécula feita a partir de dois hormônios pode ajudar a tratar obesidade e síndrome metabólica



Abordagem foi eficaz em camundongos, que conseguiram perder peso e controlar glicose no sangue após receberem a substância

Dieta
Obesidade: Pesquisadores estudam nova forma de tratar o problema (Hemera Technologies/Thinkstock)
A partir da junção de dois hormônios, cientistas americanos conseguiram produzir uma molécula capaz de tratar, de forma segura, a obesidade e outras complicações metabólicas em camundongos. Os hormônios utilizados na experiência foram o GLP-1, que age no sistema digestivo, e o estrogênio, um hormônio feminino. Segundo os pesquisadores, os resultados, publicados na edição desta semana da revista Nature Medicine, sugerem que a molécula possa, um dia, ajudar a combater os problemas associados à síndrome metabólica.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Targeted estrogen delivery reverses the metabolic syndrome

Onde foi divulgada: revista Nature Medicine

Quem fez: Richard DiMarchi e equipe

Instituição: Universidade de Indiana, Estados Unidos

Dados de amostragem: Camundongos de laboratório obesos

Resultado: Uma molécula produzida a partir da junção dos hormônios estrogênio e GLP-1, que age no sistema digestivo, foi capaz de controlar fatores associados à síndrome metabólica em camungongos obesos. Os animais conseguiram perder peso e controlar os níveis de glicose no sangue sem apresentar efeitos colaterais relacionados a doses de estrogênio.
Uma pessoa possui síndrome metabólica se apresenta ao menos três das seguintes características: hipertensão, açúcar elevado no sangue, excesso de gordura abdominal, baixo nível de bom colesterol e índices elevados de ácidos graxos. Todos esses quadros predispõem um indivíduo a doenças cardiovasculares, ao diabetes e, quando as doenças ocorrem associadamente, à morte prematura.
Ambos os hormônios utilizados na pesquisa já haviam sido associados, individualmente, a benefícios ao metabolismo, mas também a efeitos colaterais. Isso porque altos níveis de estrogênio podem ser tóxicos, provocar um aumento excessivo dos tecidos e, consequentemente, elevar o risco de formação de tumores.
O novo estudo, feito na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, mostrou que, juntos, os hormônios não só são mais eficazes para tratar o excesso de peso e as doenças associadas, mas também são mais seguros do que se utilizados sozinhos. E a explicação para isso está no fato de que o GLP-1 inibe os efeitos tóxicos do estrogênio sem afetar os benefícios do hormônio.
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após administrar a molécula em camundongos que tinham obesidade. Depois do procedimento, os animais conseguiram perder peso e administrar os níveis de glicose no sangue sem apresentar efeitos negativos do estrogênio. Em comunicado, os pesquisadores afirmaram que os estudos em torno dessa molécula vão continuar até que fique claro se a abordagem pode funcionar em seres humanos.

Como emagrecer sem tomar remédios.


Como melhorar a alimentação e a atividade física para enfrentar novos tempos.





Rodrigo Schmidt/Época
“Quero voltar a usar manequim 42. Meu ponto fraco é a cerveja. Por ela eu troco qualquer refeição”
SUZY RÊGO, atriz, 44 anos, foi miss e modelo. Com 80 kg, veste manequim 46 e desfila roupas tamanho GG

Aos 17 anos, a modelo Suzy Rêgo perdeu a coroa de Miss Brasil por 1 ponto. Foi em 1984. O segundo lugar foi suficiente para que ela se destacasse da multidão. No auge da forma (1,73 metro e 57 quilos), posou para a Playboy e deu os primeiros passos como atriz. Hoje, aos 44 anos, o desafio de Suzy é o mesmo de 65 milhões de brasileiros: ela precisa emagrecer, como 48% da população adulta que, segundo o Ministério da Saúde, está acima do peso. Suzy chegou a pesar 104 quilos durante a gravidez dos gêmeos Marco e Massimo, que completam 2 anos neste mês. Agora, com 80 quilos, interpreta Duda Aguiar, uma atriz que vive em luta contra a balança na novela Morde & assopra, da TV Globo. Voltou às passarelas graças ao manequim 46. Aceita convites para desfilar como modelo GG, mas acredita que essa é só uma fase. “Assim que a novela terminar, quero voltar ao manequim 42”, diz. Basta querer?
Todos conhecem a receita básica do emagrecimento: alimentação saudável, atividade física e, em muitos casos, remédios. Mas essa estratégia pode estar com os dias contados. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pretende proibir no Brasil a venda de inibidores de apetite. A discussão entre as entidades médicas e as autoridades sanitárias se estende há seis meses. A decisão deverá ser anunciada nas próximas semanas.
No centro da polêmica está a substância sibutramina, cuja marca mais famosa é o Reductil. A droga atua no cérebro e aumenta a sensação de saciedade. É a principal escolha dos médicos que prescrevem remédios contra a obesidade. O tratamento é barato (R$ 20 por mês), mas incerto. Alguns pacientes não emagrecem nada. Outros podem perder mais de 20 quilos.
A justificativa da Anvisa a favor da proibição é um estudo de seis anos realizado pelo próprio fabricante (o laboratório Abbott) com 10 mil pacientes, a pedido da Agência Europeia de Medicamentos (Emea). Foram incluídos apenas obesos acima de 55 anos, com diabetes e histórico de problemas cardiovasculares. No grupo que recebeu placebo (comprimidos sem efeito), o índice de infarto, AVC ou outros problemas cardiovasculares foi de 10%. No grupo que tomou sibutramina, o índice foi de 11,6%. Ou seja: o risco aumentou 16%. Nenhuma morte foi registrada.
“Mudou tudo quando emagreci. Minha autoestima ficou lá em cima quando entrei numa calça tamanho 38”
SILVANA BONFIGLIOLI, 47 anos 
A enfermeira chegou aos 110 kg e à obesidade mórbida. Com sibutramina e reeducação alimentar, emagreceu cerca de 60 kg. Parou de tomar o remédio porque sentia taquicardia. Hoje controla o peso com exercícios e injeções de um remédio contra o diabetes
Filipe Redondo/ÉPOCA
Embora o estudo tenha sido realizado com um grupo de alto risco, as autoridades europeias estenderam as conclusões para a população geral e proibiram a venda do remédio em janeiro de 2010. A Abbott também foi pressionada pela agência americana FDA e decidiu retirar a droga dos Estados Unidos. O mesmo ocorreu no Brasil no final de 2010, mas a sibutramina continuou disponível na forma de produtos genéricos ou similares.
Agora, além deles, a Anvisa pretende banir outros inibidores de apetite conhecidos pelo nome de “anorexígenos anfetamínicos”. São substâncias como anfepramona, femproporex e mazindol. Elas podem causar dependência e já não são vendidas na Europa e nos Estados Unidos. Restaria nas farmácias apenas o orlistat, conhecido pela marca Xenical. Ele não atua no cérebro e tem um efeito emagrecedor menor.
“Todo mundo quer saber o que, afinal, pode ser usado sem risco”, diz Suzy. Como ela, milhões de pessoas que caminham para a obesidade ou se tornaram obesas se sentem desamparadas. Não sabem em quem acreditar nem qual é a melhor estratégia a seguir neste momento. Suzy diz que tomou sibutramina e fórmulas com anfetamínicos em vários momentos da carreira. “Sempre me dei bem com os remédios porque fazia tudo com acompanhamento médico e nutricional”, afirma. “Eles são um recurso importante, mas não podem ser o único.” O peso dela sempre oscilou. A atriz diz que perder os quilos extras ficou mais difícil nos últimos três anos. “Comecei a engordar por desleixo. Depois fiz tratamento com hormônios para engravidar e engordei mais 10 quilos.”
Para recuperar a boa forma, ela quer voltar a fazer caminhadas e Pilates. Também pretende reequilibrar a alimentação com a ajuda de uma nutricionista. “Meu ponto fraco é a cerveja. Troco qualquer refeição por ela”, diz. Quando uma pessoa passa longos períodos sem comer adequadamente, o funcionamento do organismo muda para se adequar à falta de nutrientes. É por isso que quem faz dietas muito restritivas tende a engordar no longo prazo. “Como modelo, passava fome. Tomava litros de água, ia dormir sem comer, desmaiava nos lugares”, afirma. “Quando deixei a carreira, desencanei.” Engordava, tomava remédio, emagrecia. Parava de tomar, engordava de novo. Essas oscilações de peso são parte de um fenômeno bem conhecido pela ciência.
Filipe Redondo/ÉPOCA
“Tudo na vida é hábito, um costume que você adquire. Alimentação regrada não é diferente. Não passo mais vontade”
DÉBORA OGUSO, 41 anos 
A artesã emagreceu 10 kg com sibutramina, mas não gostou dos efeitos colaterais. Decidiu parar. Há dois anos controlando o peso só com alimentação saudável e exercícios, está feliz
Durante a Segunda Guerra Mundial, o pesquisador Ancel Keys, da Universidade de Minnesota, realizou um experimento que se tornaria um clássico. Pretendia responder a uma questão simples: o que aconteceria se homens jovens e saudáveis perdessem muito peso em pouco tempo? Keys selecionou 36 rapazes de peso normal e saúde perfeita, na idade do serviço militar. Quando a dieta começou, eles passaram a comer metade das calorias que ingeriam normalmente. Além disso, caminhavam 35 quilômetros por semana. Em seis meses, haviam perdido 25% do peso. Liberados da dieta, passaram os três meses seguintes comendo alucinadamente. Recuperaram todo o peso perdido ou ficaram gordos. Durante a dieta, os rapazes ficaram obcecados pelo tema “comida”. Não pensavam em outra coisa. Keys observou que eles perderam o interesse até mesmo por sexo. Um dos voluntários foi encontrado vasculhando uma lata de lixo. Os garotos, que antes da experiência eram emocionalmente saudáveis, começaram a sofrer de depressão e irritabilidade. O metabolismo deles passou a funcionar lentamente. A temperatura corporal despencou, a frequência cardíaca idem. Em suma: o corpo fazia de tudo para conservar as calorias disponíveis.
Quando a dieta chegou ao fim, os rapazes estavam encrencados. As refeições habituais deixaram de ser suficientes. Ingeriam alimentos muito mais calóricos e, ainda assim, se diziam insatisfeitos. Apenas uma hora depois de ter feito uma refeição de 5.000 calorias, começavam a beliscar. Alguns passaram a consumir 10.000 calorias por dia.
Nas décadas seguintes, os cientistas perceberam que é exatamente isso o que acontece com os obesos que perdem muito peso de repente. O emagrecimento só é duradouro se for gradativo e acompanhado de reeducação alimentar. Caso não possam mais tomar remédios para emagrecer, é fundamental que os gordinhos e os obesos redobrem a atenção sobre o que colocam no prato.
Nas primeiras semanas sem a sibutramina, a tendência é que a pessoa volte a ganhar peso rapidamente (leia o quadro abaixo sobre as estratégias para cada perfil de obeso) . O remédio estimula a saciedade. Sem esse freio, as porções que anteriormente pareciam adequadas se tornam insuficientes. Pode parecer um disparate, mas para emagrecer (e manter o peso desejado) é preciso comer. Ao compor a dieta, é importante não cortar nenhum nutriente, nem mesmo a gordura. “Gordura só engorda, assim como qualquer outro nutriente, se for consumida em excesso”, diz a nutricionista Fernanda Pisciolaro, coordenadora de nutrição clínica do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Hospital das Clínicas, em São Paulo. “Não dá para tentar cortar toda a gordura. A comida fica horrorosa e a pessoa acaba comendo mais para compensar”, diz. Estudos recentes demonstraram que a gordura está relacionada à saciedade de longo prazo. Quanto menor a quantidade de gordura na refeição, mais propensa a pessoa fica aos ataques à geladeira. Para combater a obesidade, mais importante do que seguir uma dieta específica é mudar a relação com a comida. “Precisamos retomar aquilo que nossas avós reconheciam como comida normal: arroz, feijão, bife, salada”, diz a nutricionista. O problema é que as comidas de fim de semana – como feijoada, virado à paulista e lasanha – viraram comida de todos os dias.
“Um cara do meu tamanho vai ficar na saladinha? Sem remédio, perco a vontade de fazer dieta”
ANTÔNIO RAYA, 60 anos 
O representante gráfico mede 1,89 metro e pesa 138 kg. Fez dez dietas. Nove com remédios. Com sibutramina, emagreceu mais de 30 kg. Quando para de tomar o remédio, volta a engordar. Ele acha o remédio necessário
Marcelo Min/Fotogarrafa/ÉPOCA
No longo prazo, os itens que consumimos diariamente, quase sempre sem refletir, moldam nosso estado de saúde. Todo alimento é fonte de calorias, mas alguns têm propriedades que ajudam a engordar ou emagrecer. Alimentos ricos em fibras (grãos integrais e frutas com casca) fazem a pessoa se sentir satisfeita por mais tempo. Com isso, ela não ataca o primeiro pacote de bolacha que vê.

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Num estudo realizado com 120 mil pessoas durante 20 anos, pesquisadores americanos chegaram a uma lista de alimentos que, se consumidos diariamente, fazem a pessoa ganhar ou perder mais peso. O mais engordativo, é claro, é a batata frita. Entre os alimentos que ajudam a emagrecer estão as frutas e o iogurte (leia o quadro ao lado) . O trabalho foi publicado no mês passado no The New England Journal of Medicine, um dos periódicos médicos mais respeitados do mundo.“Nossos resultados mostram que pequenas mudanças na dieta e no estilo de vida, quando somadas, podem fazer uma grande diferença. Para melhor ou para pior”, afirma Dariush Mozaffarian, professor de epidemiologia da Universidade Harvard e um dos autores do estudo.
Se a mudança for consistente e ocorrer na direção certa, ela é capaz de livrar o gordinho dos remédios para emagrecer? A história da artesã Débora Oguso, de 41 anos, faz crer que sim. A predileção por frituras fez o peso dela chegar aos 75 quilos. É mais do que o ideal para uma mulher de 1,60 metro. “Meu marido trazia frutas e verduras para casa, mas o que eu queria mesmo eram uns bifes empanados.” Resolveu entrar na linha quando um amigo abusou da sinceridade: “Por que você faz academia se está sempre gorda?”. Só assim percebeu que se esmerar nos exercícios não adiantaria nada se continuasse ingerindo mais calorias do que gastava. Cansada das roupas apertadas e assustada com os níveis elevados de colesterol e triglicérides, procurou um médico e começou a tomar sibutramina. Em um ano, emagreceu 10 quilos. Apesar disso, ela ficava com a boca seca e perdeu um pouco do paladar. Passava o dia sem comer porque não sentia fome alguma. Débora achou que aquilo não era saudável – e parou com o remédio. Engordou e voltou a tomá-lo. Assim entrou no “efeito sanfona”: engordava, emagrecia, engordava, emagrecia. Quando o ponteiro da balança marcou 70 quilos, resolveu procurar uma nutricionista para adotar uma dieta de emagrecimento saudável e sem inibidores de apetite.
Nas primeiras semanas sem o remédio, Débora sentiu fome e fraqueza, mas resistiu. Às pessoas que vão passar pelo mesmo processo caso os remédios saiam do mercado, ela recomenda determinação: “Tudo na vida é hábito, um costume que você adquire. Alimentação regrada não é diferente”. Há dois anos controlando o peso só com dieta e exercícios, Débora está feliz. Diz que a disposição e a saúde melhoraram quando passou a ir à academia quatro vezes por semana. Antes, só caminhava na esteira e participava das aulas aeróbicas. Por orientação da nutricionista, passou a fazer musculação para aumentar a massa magra de seu corpo. Ela trocou gordura por músculos. No momento, pesa 68 quilos.
A mudança de atitude não é fácil, mas é cada vez mais urgente. “Muitos pacientes querem uma solução mágica. Tomam o remédio e não fazem todo o resto. Se os remédios saírem do mercado, vão ter de fazer dieta e exercícios para valer”, diz o endocrinologista Paulo Rosenbaum, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O professor de educação física Marcio Atalla, colunista de ÉPOCA, preparou algumas sugestões para os obesos sedentários e os mais ativos (leia reportagem) . “Os sedentários devem começar a praticar 30 minutos de atividades aeróbicas (como caminhada acelerada, ciclismo e natação) , cinco vezes por semana”, diz. Outra dica é praticar exercícios de força (como ginástica localizada, musculação ou Pilates) durante 15 minutos, duas vezes por semana. Uma forma de aumentar o gasto calórico é investir nas atividades físicas do cotidiano, como trocar o elevador pela escada. “Subir três andares equivale a uma caminhada de dez minutos.”
Os pacientes querem soluções mágicas. Tomam o remédio e não fazem mais nada
A obesidade é uma doença complexa, determinada por razões sociais, econômicas, biológicas e culturais. À medida que a pessoa sai do sobrepeso e caminha para a obesidade mórbida, a saúde fica cada vez mais comprometida. A obesidade representa hoje um dos maiores desafios de saúde pública porque aumenta o risco de males como diabetes, infarto, AVC e câncer. Não é razoável imaginar que um obeso grave, com articulações comprometidas e joelhos sobrecarregados, possa sair correndo no parque se estiver motivado. “É um tremendo preconceito achar que o obeso não emagrece porque não tem vergonha na cara”, diz o endocrinologista Walmir Coutinho, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). “A retirada dos remédios do mercado vai prejudicar principalmente os mais pobres.” Coutinho argumenta que os obesos sem recursos ficarão 12 anos sem acesso a alguma opção farmacológica: dois anos para uma das quatro drogas em processo de avaliação pelas autoridades americanas chegar ao mercado e mais dez anos para que a patente delas seja quebrada e os remédios fiquem baratos.
Remédios para emagrecer têm prós e contras. É o que demonstra a história da enfermeira Silvana Bonfiglioli, de 47 anos. Ela mede 1,58 metro e chegou a pesar 110 quilos. O rápido ganho de peso que a levou à obesidade mórbida foi atribuído ao tratamento da depressão. Um dos efeitos colaterais do antidepressivo que ela toma é o aumento do apetite. Para frear a obesidade, começou a se tratar com sibutramina em 1999. Com o remédio e reeducação alimentar, emagreceu cerca de 60 quilos. “A adaptação a todos esses inibidores de apetite é dura. Nos três primeiros meses, sentia vontade de chorar, insônia e taquicardia”, diz. Silvana tomou sibutramina durante dez anos. Chegou a pesar 49 quilos. “Mudou tudo. Minha autoestima ficou lá em cima quando entrei numa calça tamanho 38”, afirma ela. “Hoje como pouco e fico feliz, mas às vezes dou preferência a um doce em vez de almoçar.” Bem mais leve, pratica musculação e anda na esteira com o auxílio de um personal trainer. Pensa em investir em atividades alternativas, como Pilates ou luta. Ela deixou de tomar sibutramina há cerca de dois anos porque a taquicardia começou a piorar. Sem o remédio, engordou 10 quilos. Com 60 quilos, procurou o endocrinologista em busca de uma alternativa. Ele receitou Victoza, um remédio usado para controlar o diabetes que também reduz o apetite. Há três inconvenientes: ele é administrado por meio de injeções diárias no abdome ou no braço. O segundo problema é o preço: Silvana gasta cerca de R$ 390 por mês. O terceiro são os efeitos colaterais. “São muito piores que os da sibutramina. Estou tomando há um mês e sinto muito enjoo”, diz. Segundo ela, o remédio tira toda a vontade de comer doce, mas ela não sabe se vale a pena continuar. “A intenção da Anvisa de proibir os inibidores de apetite é cruel porque vai deixar muitos obesos sem opção”, afirma. “Sem o remédio, muita gente não consegue emagrecer.”
Esse é um ponto da discussão que não pode ser desprezado. “No grupo de pacientes com grau de obesidade que varia de leve a mórbida, 70% não emagrecem sem remédio. Podem até emagrecer por um tempo, com exercícios ou dietas, mas vão recuperar o peso”, diz o endocrinologista Alfredo Halpern, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Os especialistas temem que a proibição dos inibidores de apetite provoque no Brasil um fenômeno que começa a ser observado nos Estados Unidos e na Europa: aumento da quantidade de cirurgias de redução de estômago. E também a explosão das vendas de remédios que não são aprovados para tratar obesidade, mas que têm a perda de peso entre os efeitos colaterais. É o caso do anticonvulsivante topiramato e do antidepressivo bupropiona. Outra tendência que começa a ser observada é a adoção de fitoterápicos sem comprovação científica de eficácia.
Por outro lado, muitos cardiologistas não enxergam razão científica para manter a sibutramina no mercado. “Para a grande maioria dos pacientes, não compensa tomar o remédio. A perda de peso é discreta e não há garantia que prevenirá infartos e derrames a longo prazo”, diz Raul Dias Santos Filho, do Instituto do Coração (InCor). “Precisamos urgentemente de medicamentos eficazes e seguros para ajudar a tratar a epidemia de obesidade.” As quatro drogas em processo de avaliação pela agência de controle americana, a FDA, devem demorar ao menos dois anos para chegar ao mercado.
Nos EUA, a proibição de remédios fez crescer a quantidade de cirurgias de estômago
Durante esse intervalo, como ficariam as pessoas que não enxergam a possibilidade de emagrecer sem remédio? O representante gráfico Antônio Raya, de 60 anos, mede 1,89 metro e pesa 138 quilos. Raya é um veterano no mundo das dietas. Fez dez. Nove delas com remédio. Sem remédio, levou três meses para emagrecer 1,5 quilo. Na primeira vez em que tomou sibutramina, emagreceu mais de 30 quilos no mesmo tempo. Quando para de tomar o remédio, no entanto, diz sentir uma fome insana. “É como se tivesse um leão dentro de mim. Como para encher um latão, não para me alimentar”, afirma.
Raya diz que não consegue fazer dieta sem tomar remédio. “A seco, simplesmente não dá. Um cara do meu tamanho vai ficar na saladinha? Nem pensar. Sem remédio, perco a vontade de fazer dieta”, diz. Raya reconhece que come demais. Adora restaurantes do tipo “coma o que puder”. Exercícios, nem pensar. “Fico cansado só de ver gente correndo.”
Segundo ele, os efeitos indesejados da sibutramina são visíveis. Diz ficar irritado por qualquer coisa quando toma o remédio. Apesar disso, acredita que os medicamentos para emagrecer são um grande aliado para obesos com o perfil dele. Ou seja: aqueles milhões de pessoas que não vão aderir a um programa de atividade física nem adotar uma dieta eficaz. Raya não teme ficar sem opção caso a Anvisa proíba os inibidores de apetite. “No mercado negro sempre vai existir alguma opção. Se o Brasil fosse sério e as leis valessem alguma coisa, não seria tão fácil comprar remédios proibidos.” A expansão do mercado negro de drogas para emagrecer é uma grande preocupação. Outra são os efeitos colaterais de remédios aprovados para outros fins. O anticonvulsivante topiramato provoca sonolência, formigamento e dificuldades de memória. “Vou receitar esse remédio aos pacientes obesos”, diz Halpern. “Ou queremos chegar ao nível de estupidez que estamos vendo nos Estados Unidos? Eles não aprovam remédios para obesidade, mas permitem banda gástrica (um tipo de restrição do volume do estômago) para indivíduos com obesidade leve. A banda também pode provocar complicações.”
Médicos e pacientes terão de avaliar se vale a pena enfrentar efeitos colaterais para tentar conter o avanço da obesidade, uma doença grave que pode desencadear outras ainda piores. Uma coisa é certa: as pessoas que têm sobrepeso e ainda não chegaram ao nível de obesidade podem emagrecer com dieta e atividade física. Não se justifica o uso de remédios para emagrecer nesses casos. Há soluções mais simples, eficazes, seguras e duradouras. Que funcionam.
Ilustração: Samuel Rodrigues
Fonte: Mariana Del Bosco, nutricionista e membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso)