domingo, 28 de outubro de 2012

Campanha natalina alerta famílias para 9 sintomas típicos de demência



Foto: Mãos de idosa/BBC
Parentes em visita a familiares idosos durante o Natal devem ficar atentos a primeiros sinais
O governo da Grã-Bretanha está fazendo uma campanha para que britânicos em visita a parentes idosos neste Natal fiquem atentos aos primeiros sintomas de demência em seus familiares.
A campanha é parte de um programa para incentivar o diagnóstico de condições como o Mal de Alzheimer mais cedo.

As autoridades acreditam que o período das festas - quando muitos britânicos visitam seus familiares - oferece uma boa oportunidade para que os primeiros sinais de demência sejam identificados.Segundo dados do Departamento de Saúde da Grã-Bretanha, seis em cada dez casos de demência na Inglaterra não são diagnosticados.
Caso haja indícios de algum problema, os parentes são aconselhados a tomar medidas o quanto antes, procurando orientação de um médico.
Embora não exista uma cura para a demência, serviços de apoio e o tratamento certo podem retardar a evolução da condição, permitindo que o paciente viva bem durante mais tempo.
Propaganda de TV
A campanha britânica inclui um anúncio de TV que mostra um homem, aparentemente apresentando sintomas iniciais de demência, e sua filha, que teme estar perdendo o pai.
A ideia é conscientizar a população sobre sintomas comuns e a importância de se procurar o médico.
O Departamento de Saúde divulgou uma lista com nove sinais básicos, como dificuldade de lembrar eventos recentes (embora acontecimentos ocorridos há mais tempo sejam lembrados com facilidade), dificuldade em acompanhar conversas ou programas de TV ou problemas para lembrar nomes de amigos ou objetos comuns.

Nove Sintomas de Demência

Dificuldade de lembrar eventos recentes (embora acontecimentos ocorridos há mais tempo sejam lembrados com facilidade)
Dificuldade em acompanhar conversas ou programas de TV
Problemas para lembrar nomes de amigos ou objetos comuns
Dificuldade em reproduzir coisas que você ouviu, viu ou leu
Tendência a repetir coisas que você já disse ou a perder o raciocínio quando você diz algo
Problemas para pensar e raciocinar
Sentimentos de ansiedade, depressão ou raiva por conta da perda de memória
Sensação de confusão, mesmo quando você está em ambientes familiares
Comentários de outras pessoas a respeito de sua perda de memória.
Outros sintomas incluídos na lista são dificuldade em reproduzir coisas que você ouviu, viu ou leu, tendência a repetir coisas que você já disse ou a perder o raciocínio quando você diz algo, problemas para pensar e raciocinar, sentimentos de ansiedade, depressão ou raiva por conta da perda de memória, sensação de confusão, mesmo quando você está em ambientes familiares e, finalmente, comentários de outras pessoas a respeito de sua perda de memória.
Calcula-se que somente na Inglaterra haja 400 mil pessoas sofrendo de demência, porém sem diagnóstico.
"Conseguir o diagnóstico na hora certa é vital", disse o médico Alistair Burns, responsável pelo tratamento de demência em nível nacional na Grã-Bretanha.
"Saber sobre a condição ajuda o paciente a assumir o controle e permite que ele e sua família procurem o apoio e os serviços necessários".

Alimentos integrais e fibras reduzem risco de câncer no intestino, diz estudo



Cereais (Arquivo/PA)
Cientistas já sabiam dos benefícios de cereais na proteção contra problemas cardiovasculares
Um estudo realizado por pesquisadores da Grã-Bretanha e da Holanda sugere que o consumo de mais cereais e grãos integrais pode reduzir o risco de câncer colorretal, ou câncer do intestino grosso.
Segundo os cientistas do Imperial College de Londres, para cada dez gramas de aumento no consumo de fibras, ocorreu uma queda de 10% no risco deste tipo de câncer

Os cientistas britânicos e holandeses analisaram 25 estudos relativos ao assunto, que envolveram cerca de 2 milhões de pessoas, e concluíram que o consumo de alimentos como arroz integral, aveia e outros cereais são os responsáveis por esta diminuição de risco.Já se sabia que o consumo destes alimentos ajuda a proteger contra problemas cardiovasculares, mas os especialistas afirmam que qualquer ligação com câncer colorretal era menos clara, pois as pesquisas não tinham dado resultados consistentes.
Dagfinn Aune, uma das autoras do estudo e pesquisadora associada no Departamento de Epidemiologia e Bioestatísticas do Imperial College, afirmou que a análise realizada ajudou a encontrar uma associação linear entre a fibra na dieta e o câncer colorretal.
"Quanto mais fibras como estas você come, melhor é. Até quantidades menores tem algum efeito", afirma.
O estudo foi publicado na revista especializada British Medical Journal.

Outros benefícios

Os pesquisadores informaram que a adição de 90 gramas por dia de grãos integrais na dieta está ligada a uma redução de 20% no risco de câncer colorretal.
Eles dizem ainda que os benefícios para saúde do consumo destes grãos não se limitam apenas à diminuição do risco deste tipo específico de câncer.
"Também pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, excesso de peso e obesidade e, possivelmente, mortalidade geral", afirmaram.
No entanto, o último estudo afirma que não há provas de que as fibras presentes em frutas ou vegetais tenham a mesma importância neste resultado.
Uma pesquisa anterior que mostrou a redução do risco devido ao alto consumo de frutas e vegetais sugere que outros compostos presentes nas frutas, ao invés das fibras, podem ser os responsáveis.
Yinka Ebo, da organização de caridade britânica de combate ao câncer Cancer Research UK, afirmou que esta pesquisa dá mais credibilidade às afirmações de que fibras protegem contra o câncer no intestino.
"Comer fibras é apenas uma das muitas coisas que você pode fazer para diminuir o risco de desenvolver a doença, junto com manter um peso saudável, uma vida ativa, diminuir o consumo de álcool, de carne vermelha e industrializada, e não fumar", afirmou.

Banho de sol aumenta libido masculina, sugere estudo



Casal na praia (arquivo)
Especialistas sugerem que o sol pode melhorar a vida sexual dos casais
Um estudo feito por pesquisadores na Áustria sugeriu que o banho de sol pode aumentar a libido masculina pois a vitamina D produzida eleva a concentração de testosterona no sangue.
Boa parte da vitamina D é sintetizada pela pele ao ser exposta à luz do sol e o restante é proveniente dos alimentos.
O estudo, divulgado na revistaClinical Endocrinology, incluiu 2.299 homens e constatou que os homens tinham uma concentração menor tanto da vitamina quanto do hormônio durante o inverno e uma concentração mais alta no auge do verão.
A testosterona pode ter um impacto sobre a libido e os níveis de energia do homem.
Ela também tem funções essenciais tanto em homens quanto em mulheres, mantendo a força muscular e a densidade óssea.
Suplementos
Winfried Marz e seus colegas que participaram do estudo disseram que os cientistas deveriam agora verificar se suplementos de vitamina D têm o mesmo efeito sobre a testosterona.
Ad Brand, do Sunlight Research Forum, na Holanda - uma organização sem fins lucrativos criada para informar o público sobre as descobertas científicas sobre os efeitos do sol sobre a saúde disse: "Os homens que cuidam para que o seu organismo tenha um suprimento de vitamina D suficiente estão fazendo algo bom para os seus níveis de testosterona e sua libido, além de outras coisas."
Mas especialistas em câncer advertem que exposição excessiva ao sol é prejudicial à saúde.
Allan Pacey, especialista em andrologia da Universidade de Sheffield, disse: "Nós sabemos que, em termos médicos, nós podemos aumentar a libido e o bem-estar geral dos homens com baixa concentração de testosterona através de uma terapia de reposição hormonal."
"Mas isso é dentro de um conjunto determinado de circunstâncias clínicas em que a produção de testosterona é baixa."
"Se um homem saudável nota mudanças significativas durante o ano todo não é tão claro e eu recomendaria aos homens que tenham bom senso se usarem camas de bronzeamento nos meses de inverno por causa dos riscos associados ao uso excessivo."
Jessica Harris, da Pesquisa do Câncer da Grã-Bretanha, também advertiu contra a exposição excessiva ao sol e lembrou: "As pessoas também podem aumentar sua concentração de vitamina D comendo mais alimentos como peixes oleosos, tais como salmão, truta ou cavala."

Teste com desenho pode prever risco de derrames na 3ª idade, diz estudo



Pesquisadores pediam que voluntários fizessem o teste o mais rápido possível (Imagem: Universidade de Uppsala)
Pesquisadores pediam que voluntários fizessem o teste o mais rápido possível (Imagem: Universidade de Uppsala)
Pesquisadores pediam que voluntários fizessem o teste o mais rápido possível (Imagem: Universidade de Uppsala)

Um teste simples envolvendo desenhos e números pode ajudar a prever o risco de morte depois de um primeiro derrame entre homens mais velhos, de acordo com um estudo desenvolvido pela Universidade de Uppsala, na Suécia.
O teste é feito entre homens saudáveis e pede que os voluntários tracem linhas entre números em ordem ascendente e o mais rápido possível.

Os homens que fizeram uma pontuação mais baixa no teste tinham três vezes mais chances de morrer depois de um derrame, quando comparados aos homens que alcançaram pontuações mais altas.Os estudos foram realizados em um grupo de mil homens entre as idades de 67 e 75 anos, ao longo de 14 anos.
Dos 155 homens do grupo que tiveram um derrame, 22 morreram dentro de um mês, e mais da metade morreu em uma média de tempo de dois anos e meio.
Os pesquisadores acreditam que esse teste consegue captar os danos em vasos sanguíneos do cérebro antes do aparecimento de outros sinais mais óbvios ou sintomas do problema.
O estudo foi publicado na revista especializada BMJ Open.

'Simples e barato'

Para a médica Bernice Wiberg, que liderou a pesquisa na Universidade de Uppsala, o novo teste auxilia o diagnóstico do derrame.
"Como os testes são muito simples, baratos e de fácil acesso para o uso clínico, eles poderão ser uma ferramenta importante, junto com métodos tradicionais como medir a pressão sanguínea (e) perguntar sobre fumo, para identificar o risco de derrame, mas também como um possível indicador importante de mortalidade depois do derrame", afirmou.
Wiberg também disse que o teste pode melhorar o fornecimento de informações aos pacientes e suas famílias.
Clare Walton, da Associação Britânica de Derrames, alertou que são necessárias mais pesquisas a respeito, mas ressaltou: "O estudo é interessante, pois sugere que podem ocorrer mudanças antecipadas no cérebro, que colocam uma pessoa em um risco maior de ter um derrame fatal".
"Este é um estudo pequeno, e as causas de pouca habilidade na tarefa de desenho não são conhecidas. Apesar de serem necessárias mais pesquisas, esta tarefa tem o potencial de examinar quem tem um maior risco de um derrame grave ou fatal antes que ele ocorra", afirmou.

teste

1

                                                                       19                                                                    7


                                     13
                                                                                                                                         4
                                                                            22

                        17


                                                                                                     2

                       24                                              9
                                                                                                                                            26
                                                                                         11
                     29
                                                             6
                                                                                                                              8
14


                                                                                              23
                                                                                                                                                   20
                                3
                                                                30
                                                                                                               15
                                                                                                                                               12
                                     27

                                                                                                               21
        16

                                                                                25

                                                                                                                                              28
                      10                                                        
                                                                                   18
                                             5
                                         

Aprender segunda língua pode aumentar poder do cérebro, dizem cientistas



Foto: WikiCommons
O tronco cerebral reagiu mais no caso de estudantes capazes de falar duas línguas, dizem pesquisadores
Aprender uma segunda língua pode aumentar o poder do cérebro, segundo pesquisadores americanos.
Os cientistas da Northwestern University dizem que o bilinguismo é uma forma de treinamento do cérebro - uma "ginástica" mental que apura a mente.

Especialistas dizem que o estudo publicado na revistaProceedings of the National Academy of Sciences fornece evidências "biológicas" para isso.Falar duas línguas afeta profundamente o cérebro e muda a forma como o sistema nervoso reage ao som, segundo revelaram testes de laboratório.
A equipe de pesquisadores monitorou as respostas do cérebro de 48 estudantes voluntários saudáveis - 23 dos quais bilíngues - a sons diferentes.
Foram usados eletrodos no couro cabeludo para traçar o padrão das ondas cerebrais.
Sob condições laboratoriais silenciosas, os dois grupos - o bilíngue e o de alunos que somente falavam inglês - responderam da mesma forma.
Mas em um contexto de conversa barulhenta, o grupo bilíngue foi muito superior em processar os sons.
Eles eram mais capazes de sintonizar informações importantes - a voz do orador - e bloquear outros ruídos que distraem - as conversas de fundo.

'Poderoso' benefício

As diferenças de resposta dos dois grupos foram visíveis no cérebro. As reações do tronco cerebral dos que falam duas línguas foram intensificadas.
De acordo com a professora Nina Kraus, que coordenou a pesquisa, "a experiência do bilíngue é aprimorada, com resultados sólidos em um sistema auditivo que é altamente eficiente, flexível e focado no seu processamento automático de som, especialmente em condições complexas de escuta".
A pesquisadora e co-autora do estudo Viorica Marian disse: "As pessoas fazem palavras cruzadas e outras atividades para manter suas mentes afiadas. Mas as vantagens que temos descoberto em falantes de mais de uma língua vêm simples e automaticamente de conhecerem e usarem dois idiomas".
"Parece que os benefícios do bilingüismo são particularmente poderosos e amplos, e incluem a atenção, seleção e codificação de som", completou
Músicos parecem ganhar um benefício semelhante quando ensaiando, dizem os pesquisadores.
Pesquisas anteriores também sugerem que ser bilíngue pode ajudar a afastar a demência.

Alimentos integrais e fibras reduzem risco de câncer no intestino, diz estudo



Cereais (Arquivo/PA)
Cientistas já sabiam dos benefícios de cereais na proteção contra problemas cardiovasculares
Um estudo realizado por pesquisadores da Grã-Bretanha e da Holanda sugere que o consumo de mais cereais e grãos integrais pode reduzir o risco de câncer colorretal, ou câncer do intestino grosso.
Segundo os cientistas do Imperial College de Londres, para cada dez gramas de aumento no consumo de fibras, ocorreu uma queda de 10% no risco deste tipo de câncer

Os cientistas britânicos e holandeses analisaram 25 estudos relativos ao assunto, que envolveram cerca de 2 milhões de pessoas, e concluíram que o consumo de alimentos como arroz integral, aveia e outros cereais são os responsáveis por esta diminuição de risco.Já se sabia que o consumo destes alimentos ajuda a proteger contra problemas cardiovasculares, mas os especialistas afirmam que qualquer ligação com câncer colorretal era menos clara, pois as pesquisas não tinham dado resultados consistentes.
Dagfinn Aune, uma das autoras do estudo e pesquisadora associada no Departamento de Epidemiologia e Bioestatísticas do Imperial College, afirmou que a análise realizada ajudou a encontrar uma associação linear entre a fibra na dieta e o câncer colorretal.
"Quanto mais fibras como estas você come, melhor é. Até quantidades menores tem algum efeito", afirma.
O estudo foi publicado na revista especializada British Medical Journal.

Outros benefícios

Os pesquisadores informaram que a adição de 90 gramas por dia de grãos integrais na dieta está ligada a uma redução de 20% no risco de câncer colorretal.
Eles dizem ainda que os benefícios para saúde do consumo destes grãos não se limitam apenas à diminuição do risco deste tipo específico de câncer.
"Também pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, excesso de peso e obesidade e, possivelmente, mortalidade geral", afirmaram.
No entanto, o último estudo afirma que não há provas de que as fibras presentes em frutas ou vegetais tenham a mesma importância neste resultado.
Uma pesquisa anterior que mostrou a redução do risco devido ao alto consumo de frutas e vegetais sugere que outros compostos presentes nas frutas, ao invés das fibras, podem ser os responsáveis.
Yinka Ebo, da organização de caridade britânica de combate ao câncer Cancer Research UK, afirmou que esta pesquisa dá mais credibilidade às afirmações de que fibras protegem contra o câncer no intestino.
"Comer fibras é apenas uma das muitas coisas que você pode fazer para diminuir o risco de desenvolver a doença, junto com manter um peso saudável, uma vida ativa, diminuir o consumo de álcool, de carne vermelha e industrializada, e não fumar", afirmou.

Jejum pode ajudar a proteger cérebro, diz estudo



Foto: BBC
Jejuar em dias alternados traria longevidade e saúde
Jejuar um ou dois dias por semana pode proteger o cérebro contra doenças degenerativas como mal de Parkinson ou de Alzheimer, segundo um estudo realizado pelo National Institute on Ageing (NIA), em Baltimore, nos Estados Unidos.
"Reduzir o consumo de calorias poderia ajudar o cérebro, mas fazer isso simplesmente diminuindo o consumo de alimentos pode não ser a melhor maneira de ativar esta proteção. É provavelmente melhor alternar períodos de jejum, em que você ingere praticamente nada, com períodos em que você come o quanto quiser", disse Mark Mattson, líder do laboratório de neurociências do Instituto, durante o encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Vancouver.

O National Institute of Ageing baseou suas conclusões em um estudo com ratos de laboratório, no qual alguns animais receberam um mínimo de calorias em dias alternados.Segundo ele, seria suficiente reduzir o consumo diário para 500 calorias, o equivalente a alguns legumes e chá, duas vezes por semana, para sentir os benefícios.
Estes ratos viveram duas vezes mais que os animais que se alimentaram normalmente.

Insulina

Mattson afirma que os ratos que comiam em dias alternados ficaram mais sensíveis à insulina - o hormônio que controla os níveis de açúcar no sangue - e precisavam produzir uma quantidade menor da substância.
Altos níveis de insulina são normalmente associados a uma diminuição da função cerebral e a um maior risco de diabetes.
Além disso, segundo o cientista, o jejum teria feito com que os animais apresentassem um maior desenvolvimento de novas células cerebrais e se mostrassem mais resistentes ao stress, além de ter protegido os ratos dos equivalentes a doenças como mal de Parkinson e Alzheimer.
Segundo Mattson, a teoria também teria sido comprovada por estudos com humanos que praticam o jejum, mostrando inclusive benefícios contra a asma.
"A restrição energética na dieta aumenta o tempo de vida e protege o cérebro e o sistema cardiovascular contra doenças relacionadas à idade", disse Mattson.
A equipe de pesquisadores pretende agora estudar o impacto do jejum no cérebro usando ressonância magnética e outras técnicas.

Homens lamentam 'barriga de cerveja' e desejam mais músculos, diz pesquisa



Foto: BBC
Mais de um terço dos entrevistados trocaria um ano de vida por uma forma física ideal
Quatro entre cinco homens participantes de uma pesquisa online na Grã-Bretanha se dizem insatisfeitos com seu corpo, em especial com a "barriga de cerveja" e a falta de músculos. Muitos deles trocam percepções sobre seu corpo com outras pessoas - comportamento tradicionalmente atribuído a mulheres.
O Centro de Pesquisas sobre Aparência, da Universidade West of England, entrevistou 384 homens com uma média de 40 anos e descobriu que 35% deles trocariam um ano de sua vida para obter uma forma física e peso ideais.

"Essas conversas sobre o corpo reforçam ideais de beleza não realísticos de magreza e musculatura", opina Phillipa Diedrichs, autora do estudo.As conversas masculinas são ainda mais focadas no tema do que as femininas: 80,7% homens participantes do estudo disseram que falam sobre a aparência uns dos outros de modo a chamar a atenção para itens como peso, falta de cabelo ou forma física. No caso das mulheres, essa porcentagem foi de 75%.
"Isso é tradicionalmente visto como um tema (que afeta) mulheres, mas a pesquisa mostra que também os homens estão se sentindo pressionados a se encaixar (em padrões)."
Para Rosi Prescott, executiva-chefe da organização Central YMCA (que participou do estudo), "historicamente, conversas sobre a forma física são percebidas como algo feito por mulheres. Mas esta pesquisa deixa claro que os homens também comentam sobre os corpos uns dos outros e, em muitos casos, isso está tendo um efeito danoso, (demonstrando) uma crescente obsessão com a aparência".

Proteína

Músculos são o principal tema de preocupação entre os homens pesquisados: 60% dizem que seus braços, peitorais e estômagos não são suficientemente musculosos. Talvez por isso, um em cada cinco entrevistados afirmou fazer dietas ricas em proteínas, e cerca de 30% relataram usar suplementos proteicos.
Também um terço admitiu já ter "se exercitado de maneira compulsiva" em busca de um objetivo (ainda que essas respostas possam ter sido influenciadas pelo fato de que 52% dos entrevistados eram frequentadores de academias de ginástica, porcentagem bem acima da média geral britãnica).
Para Karine Berthou, fundadora de uma ONG de combate a distúrbios alimentares (que também participou do estudo), "a imagem corporal negativa é uma questão séria em nossa sociedade, e um fator-chave no desenvolvimento desses distúrbios".

Andar lento pode prever demência em pessoas acima de 60 anos, diz estudo



(Foto: Adams Jones / Wiki Media Commons)
Estudo analisou relação entre caminhada lenta e demência (Foto: Adams Jones / Wiki Media Commons)
A velocidade com que um indivíduo caminha pode dar pistas sobre a probabilidade do aparecimento de demência em um período mais avançado da vida, afirma um estudo conduzido por pesquisadores americanos.
Ainda segundo a equipe, as chances de um derrame também podem ser indicadas pela firmeza da empunhadura.

Uma pesquisa publicada em 2009 no British Medical Journalobservou uma "forte associação" entre caminhar lentamente e morrer de ataque cardíaco ou outros problemas cardíacos.O estudo segue o caminho de outras pesquisas que também indicaram conclusões semelhantes.
Mais recentemente, outro artigo no Journal of the American Medical Association sugeriu uma relação entre caminhar mais rápido após os 65 anos de idade e viver mais.
Na última pesquisa, coordenada pela especialista Erica Camargo, do Boston Medical Center, os pesquisadores registraram imagens do cérebro, a velocidade da caminhada e a firmeza da empunhadura de 2.410 pessoas com idade média de 62 anos de idade.
Ao cabo de onze anos, 34 haviam desenvolvido demência e 79 haviam tido um derrame.
Segundo os pesquisadores, as velocidades mais baixas de caminhada estavam relacionadas a um maior risco de demência, enquanto uma empunhadura mais forte coincidiu com chances mais baixas de derrame.
Camargo indicou que o estudo pode servir de base para testes simples para prever o risco de demência ou derrame, que podem ser feitos por médicos no próprio consultório.
"Precisamos de mais estudos para entender por que isto acontece, e para saber se alguma doença preexistente pode ter causado a lentidão da caminhada ou a diminuição da força física", afirmou.

Reações

As conclusões foram apresentadas no encontro anual da Academia de Neurologia e ainda precisam ser publicada sob o selo de uma revista acadêmica, após a revisão da comunidade científica.
O estudo foi bem recebido por dois especialistas britânicos ouvidos pela BBC. Entretanto, ambos enfatizaram a necessidade de mais estudos para encontrar uma explicação para estas relações.
"Antes que as pessoas comecem a prestar atenção em um apertar de mãos ou a velocidade de cruzar a rua, precisamos de outras pesquisas para entender as razões e os fatores envolvidos", disse Anne Corbett, diretora de Pesquisas da organização britânica Alzheimer Society.
"A boa notícia é que há muitas que podem ser feitas para evitar o risco de desenvolver demência: adotar uma dieta equilibrada, não fumar, manter o peso, se exercitar regularmente e checar regularmente a pressão sanguínea o nível de colesterol."
Para Sharlin Ahmed, diretor da organização Stroke Association, para o estudo de derrames, se trata de um "estudo interessante", mas ainda são necessários mais dados.
"Cerca de um terço das pessoas que sofrem derrame ficam com algum tipo de sequela física, incluindo fraqueza nas mãos e dificuldades de andar. Mas é a primeira vez que vimos uma pesquisa que analisa a presença de sintomas relacionados antes de um derrame", afirmou.
"É um estudo interessante, mas precisamos de mais pesquisas antes de concluir que a força de uma empunhadura ou a velocidade de uma caminhada possam determinar os riscos de derrame."

Expectativa de vida de homens pode alcançar a de mulheres até 2030



Casal de idosos na cidade de Dorset, na Grã_Bretanha (BBC)
Declínio de hábitos como o fumo, entre os homens, justificaria tendência
A expectativa de vida dos homens deve alcançar a das mulheres até 2030, segundo um pesquisador do Escritório Nacional de Estatísticas Nacionais, da Grã-Bretanha.
De acordo com o pesquisador Les Mayhew, a expectativa de vida de ambos os sexos está crescendo, mas o índice dos homens está crescendo a um ritmo mais acelerado.

O pesquisador estava analisando os dados de pessoas com 30 anos de idade na ocasião do estudo e qual seria a expectativa de vida deles.Mayhew, que é professor de estatísticas do Cass Business School, analisou dados de expectativa de vida da Inglaterra e do País de Gales, mas outros pesquisadores percebem um padrão global nos estudos de Mayhew.

Tendência em 2030

O estudo mostrou que os homens ficaram atrás das mulheres em relação à expectativa de vida ao longo de várias décadas, mas que agora eles estão se aproximando. Se a atual tendência prosseguir, afirma o analista, ambos os sexos poderão viver, em média, até os 87 anos em 2030.
''O interessante é que nos últimos 20 anos, a expectativa de vida de homens na faixa dos 30 anos aumentou em seis anos. Se seguir aumentando, nos próximos 20 anos, a expectativa de vida masculina irá coincidir com a feminina", diz.
Os motivos disso, segundo o analista, podem estar ligados aos homens estarem levando um estilo de vida mais saudável. ''Uma das principais razões, acredito, é a tendência de declínio do hábito de fumar. O fumo ganhou força entre a população masculina na década de 20. E em seu ápice, na década de 70, 80% dos homens fumavam. A expectativa de vida nesse período registrava uma disparidade de 5,7 anos entre homens e mulheres'', afirma Mayhew.
Outros fatores, segundo ele, seriam mudanças no ambiente de trabalho dos homens, que, em sua maioria, afirma, passaram a ser ofícios realizados em escritórios e não mais em ambientes que ofereciam danos à saúde, como, por exemplo, poços de mineração.
Pessoas com doenças cardíacas, atualmente, por exemplo, têm uma expectativa de vida muito superior à que tinham pessoas com condições cardíacas há décadas atrás.
Em contraste com a melhora do desempenho masculino, as mulheres começaram a fumar mais tarde que os homens. As taxas de câncer de pulmão entre mulheres estão aumentando, mas estão declinando mais rapidamente entre os homens.

Vantagem feminina

Um menino e uma menina nascidos no mesmo dia ainda têm a mesma expectativa de vida, mas o estudo se concentrou somente em pessoas que já chegaram aos 30 anos de idade.
Os meninos são mais propensos a morrer em seu primeiro ano de vida e mais sujeitos a se envolver em acidentes fatais ou com esportes que oferecem riscos de vida. Por isso, as mulheres ainda poderão prosseguir na dianteira, em se tratando de expectativa de vida, nos próximos anos.
De acordo com David Leon, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, "em virtualmente todos os países do mundo, as mulheres ainda têm uma ligeira vantagem''.
Mas ele afirmou que as disparidades estavam diminuindo em alguns países. Os países que contam com baixas expectativas de vida, como a África subsaariana, têm pouca diferença entre os sexos. Isso se deve ao fato de que tais nações, segundo David Leon, enfrentam doenças infecciosas que ''não escolhem entre homens e mulheres''.
Em países que conseguiram superar as taxas das principais doenças infecciosas, como os do Leste Europeu, a diferença é maior, ainda dominada por fatores ligados aos contrastantes estilos de vida de homens e mulheres, comenta o pesquisador.
Durante um período, na década de 90 as expectativas de vida na Rússia chegaram a alcançar um nível de 13 anos de diferença entre homens e mulheres.
Em uma terceira categoria de países, entre as quais se inclui a Grã-Bretanha, a expectativa de vida começa a diminuir. ''Os homens estão começando a se portar melhor e as mulheres estão adotando expectativas de vida dos homens'', afirma Leon.

Pesquisa revela segredo da longevidade no Japão



Idosos no Japão (Ewerthon Tobace/BBC Brasil)
Acessao a saúde, dieta saudável e higiene estariam entre fatores de longevidade japonesa
O Japão tem a maior média de expectativa de vida do mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das Nações Unidas (ONU), e o segredo não é somente a alimentação, como se pensava.
Segundo Kenji Shibuya, professor do departamento de política global de saúde da Universidade de Tóquio, as razões da longevidade japonesa têm tanto a ver com o acesso a medidas de saúde pública quanto a uma dieta equilibrada, educação, cultura e também atitudes de higiene no dia-a-dia.

''A expectativa de vida do japonês aumentou rapidamente entre os anos 50 e 60, primeiramente, por causa da queda da taxa de mortalidade infantil'', explicou à BBC Brasil o professor Shibuya.O especialista e uma equipe de pesquisadores estudaram vários aspectos da cultura, da política e da economia japonesa que influenciam na forma de viver da população e publicaram o estudo no jornal médico The Lancet.
Depois, as autoridades concentraram esforços para combater a mortalidade adulta. O resultado positivo foi, em grande parte, consequência dessa política de saúde adotada pelo país.

Histórico de sucesso

Hoje, um bebê quando nasce no Japão pode esperar viver até 86 anos se for uma menina, e quase 80 se for menino.
Mas segundo o estudo conduzido pelo professor Shibuya, os japoneses nem sempre tiveram a perspectiva de viver por tanto tempo.
Em comparação com dados de 1947, houve um salto de mais de 30 anos na expectativa de vida de uma pessoa.
Esse crescimento começou no final da década de 50, quando o país passou a experimentar um desenvolvimento econômico acelerado.
Cantor de rua japonês Yu Rikiya (Arquivo pessoal, Yu Rikiya)
Yu Rikiya diz que acesso a muitas atividades prolonga a vida
No pós-guerra, o governo começou a investir em ações de saúde pública, introduzindo o seguro nacional de saúde em 1961, tratamento grátis para tuberculose e infecções intestinais e respiratórias, além de campanhas de vacinação.
Uma das principais ações foi a redução das mortes por acidente vascular cerebral (AVC). ''Isso foi um dos principais impulsionadores do aumento sustentado da longevidade japonesa depois de meados dos anos 1960'', contou o estudioso.
''O controle da pressão arterial melhorou através de campanhas, como a de redução do consumo de sal, e uma maior utilização de tecnologias de custo-benefício para a saúde, como medicamentos anti-hipertensivos com cobertura universal do seguro de saúde.''

Educação e cultura

Porém Shibuya lembra que o crédito dessa conquista não é só do governo. ''Em 1975, muitas doenças não transmissíveis já estavam em níveis extremamente baixos em comparação com outras nações de alta renda, devido em grande parte a uma herança cultural de cuidados com a alimentação e prática de atividades físicas'', sugere.
Além disto, segundo o estudo, os japoneses dão uma atenção à higiene em vários aspectos da vida diária. “Essa atitude pode, em parte, ser atribuída a uma complexa interação de cultura, educação, clima (por exemplo, temperatura e umidade), ambiente (por exemplo, ter água em abundância e ser um país consumidor de arroz) e a velha tradição xintoísta de purificar o corpo e a mente antes de se encontrar com outras pessoas”, diz o estudo.
''Eles também são conscientes em relação à saúde. No Japão, check-ups regulares são normais e oferecidos em larga escala em escolas e no trabalho, a todos, pelo governo'', afirma ainda o estudo. ''Em terceiro, a comida japonesa tem benefícios nutricionais balanceados e a dieta da população tem melhorado de acordo com o desenvolvimento econômico ao longo das décadas.''
Para o cantor de rua japonês Yu Rikiya, de 68 anos, o segredo é o fato de haver muitas atividades voltadas para pessoas de idade mais avançada. “Essas pessoas têm um motivo toda semana para continuar vivendo. Fazem o que gostam, se divertem e não se estressam”, sugere ele.
Além de produzir e vender os próprios CDs, Yu Rikiya canta na noite e diz que nunca se preocupou com o avanço da idade. ''Temos acesso a médicos, tratamentos e remédios. Ganho o suficiente para comer e sustentar a família. Saio com amigos para beber e curtir a vida. Então, para que se preocupar?'', questiona, sorrindo.
''Quero viver muito ainda, produzir mais música e, quem sabe, ainda ser famoso um dia'', planeja.

Envelhecimento

O lado negativo do sucesso do Japão em conseguir manter a população saudável é o desequilíbrio populacional. Até agora, cerca de 24% da população tem mais de 65 anos.
Mas cálculos do governo apontam que, em 2060, a porcentagem de idosos será de 40%, numa população que se reduzirá dos atuais 127 milhões para 87 milhões.
Segundo o estudo, a expectativa de vida deve aumentar ainda mais, chegando a 84 anos para homens e 90 para as mulheres.
''O rápido envelhecimento da população japonesa é um desafio para o sistema de saúde do Japão em termos de financiamento e qualidade dos cuidados'', aponta Shibuya.
''Simplesmente aumentar a expectativa de vida não faz mais sentido. Devemos focar mais em maximizar de forma saudável essa expectativa de vida'', sugere.
Outros desafios que o Japão enfrenta são altos índices de alcoolismo, tabagismo e suicídio, problemas gerados em parte por causa do aumento do desemprego e do prolongamento da crise econômica.

Cientistas criam técnica para detectar Alzheimer antes de sintomas




Cerebro de paciente com Alzheimer Foto SPL

Pacientes com tendência a Alzheimer possuíam níveis anormais de uma proteína no cérebro.
Um grupo de cientistas americanos desenvolveu uma técnica para detectar sinais do mal de Alzheimer 25 anos antes de a doença apresentar seus primeiros sintomas.
A pesquisa é a porta de entrada para novos tipos de tratamentos precoces que podem se tornar a melhor chance da medicina para combater a enfermidade.

Dos 128 pacientes examinados, 50% têm chances de herdar uma das três mutações genéticas conhecidas pela ciência que provocam o mal de Alzheimer.Os cientistas, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, selecionaram para o estudo pacientes britânicos, americanos e australianos que possuem risco genético de desenvolver a doença.
O grupo também tem chance aumentada de começar a sofrer da doença a partir dos 30 ou 40 anos - muito mais cedo que a maioria dos pacientes de Alzheimer, que em geral desenvolvem o mal na casa dos 60 anos.
Os pesquisadores analisaram os pais dos pacientes para descobrir com que idades eles haviam desenvolvido a doença. A partir disso começaram a tentar avaliar quanto tempo antes disso era possível detectar os primeiros sinais da enfermidade.
Foram realizados exames de sangue, de líquor (fluído cerebrospinal), de imagens do cérebro e também avaliações de habilidades mentais nos pacientes.
Os pesquisadores descobriram, então, que era possível detectar pequenas mudanças no cérebro de quem possuía alguma das mutações que no futuro levarão ao surgimento do Alzheimer.
Eles sugerem que a primeira mudança, uma queda nos níveis da proteína conhecida como amiloide - componente-chave dos neurônios - no fluido cerebrospinal, pode ser detectada 25 anos antes do aparecimento dos sintomas da doença.
Por volta de 15 anos antes do aparecimento da doença, pacientes já apresentavam níveis anormais de placas b-amiloides. Além disso, imagens do cérebro revelaram encolhimento em algumas regiões do cérebro desses pacientes.
Dez anos antes dos primeiros sintomas foram detectados problemas de memória e um processamento anormal da glicose no cérebro dos estudados.
Em pacientes que não possuíam as mutações, não foram detectadas alterações nesses marcadores.
Os resultados da pesquisa foram publicados no New England Journal of Medicine.
"Essa importante pesquisa mostra que mudanças-chaves no cérebro, relacionadas à transmissão genética da doença, acontecem décadas antes do aparecimento dos sintomas. Isso pode gerar grandes implicações para o diagnóstico e o tratamento no futuro", afirmou Clive Ballard, diretor de pesquisa da Sociedade de Alzheimer.
"Os resultados de pacientes com Alzheimer herdado por fatores genéticos parecem similares às mudanças provocadas em casos não-genéticos, na forma comum da doença", disse Eric Karran, diretor de pesquisa da Sociedade Britânica do Alzheimer.
"É provável que qualquer novo tratamento para Alzheimer deverá ser iniciado mais cedo para ter a melhor chance de sucesso".
"A habilidade para detectar os primeiros estágios da doença de Alzheimer não só permite que as pessoas planejem e tenham acesso aos cuidados e tratamentos existentes mais cedo, mas também permitirá que novas drogas sejam testadas nas pessoas certas, na hora certa".

Centenárias dão dicas sobre como chegar bem aos 100 anos



Idosos observam o mar
Grã-Bretanha tem mais de 12 mil pessoas com mais de 100 anos de idade
Segundo estimativas, um quarto de todas as crianças nascidas hoje na Grã-Bretanha deverá ultrapassar os cem anos de idade. A projeção é um reflexo de estatísticas recentes que revelam uma 'explosão demográfica' no grupo dos centenários em todo o mundo.
Segundo essas projeções, o número de pessoas com 100 anos de idade ou mais aumentará 15 vezes até 2050, passando de 145 mil em 1999 para 2,2 milhões em 2050. No Brasil, os centenários eram 13,8 mil em 1991. Segundo dados do último censo, de 2010, são cerca de 30 mil pessoas.

Espírito filantrópico
Se chegar aos 100 anos será cada vez mais comum, o obstáculo é alcançar um século de vida com saúde. A BBC ouviu as 'receitas' de vida de alguns centenários e comparou suas experiências a teorias científicas sobre a longevidade.
A britânica Nora Hardwick, de 102 anos de idade
A britânica Nora Hardwick, de 102 anos de idade, diz que a filantropia ajudou a preservar sua vida
Aos 102 anos de idade, Nora Hardwick posou nua como Miss Novembro para um calendário de uma entidade beneficente.
"Eles não conseguiram mulheres suficientes para os 12 meses", ela conta. "Tudo foi feito com muito bom gosto. Eu usei um lenço de tule rosa para esconder as partes estratégicas".
Nascida em novembro de 1905, Nora Hardwick dedicou sua vida à comunidade onde vive, trabalhando para o correio do vilarejo de Ancaster, no condado de Lincolnshire, no norte da Inglaterra.
Como membro da prefeitura local, ajudou a angariar fundos para comprar áreas de lazer para as crianças da região.
Na opinião dela, seu estilo de vida filantrópico ajudou a preservar sua vida.
Estudos indicam que índices de mortalidade diminuem entre os que colocam os interesses dos outros antes dos seus.
A teoria é que dar alguma coisa a alguém pode gerar um sentimento de propósito e de valor próprio, resultando no chamado "êxtase de quem ajuda" - uma sensação física resultante da liberação de endorfinas após um ato de bondade ou generosidade.
Alguns especialistas dizem que esses sentimentos podem reduzir o estresse, promover o bem-estar e fortalecer o sistema imunológico.

Éxtase de quem ajuda

Nome: Nora Hardwick
Idade: 106
Dica: Pense primeiro nos outros, beba um uísque de vez em quando
Álcool e Vida Longa
Muitos centenários dizem ser partidários de um trago ocasional. E, de fato, já houve estudos científicos associando saúde e longevidade ao consumo moderado de álcool.
Um famoso centenário britânico que gostava de um Martini era o comediante - e fumante de cigarrilhas- George Burns, que morreu aos cem anos.
"Basta um drinque para eu ficar bêbado", ele brincava. "O problema é que nunca me lembro se estou no décimo-terceiro ou décimo-quarto".
Mas no que diz respeito ao consumo do álcool e a longevidade, não parece haver consenso entre especialistas.
Peggy Hovell, de 100 anos de idade
Peggy Hovell, de 100 anos de idade, gosta de dirigir em alta velocidade
E, de acordo com dados divulgados em março pelo Sistema Nacional de Saúde britânico (NHS na sigla em inglês), mortes por doenças do fígado na Inglaterra atingiram índices recordes.
Teorias científicas tendem a se concentrar nas mudanças físicas que podemos fazer no nosso estilo de vida para evitar doenças associadas à idade e aumentar nossa expectativa de vida. Entre elas, fazer exercícios regularmente e manter uma dieta saudável, rica em vitaminas e minerais.
Alguns estudos, por exemplo, afirmam que uma dieta com poucas calorias pode aumentar a expectativa de vida de uma pessoa em até 25 anos.
Não existe, no entanto, uma teoria que agregue os estudos sobre o assunto e ofereça aos especialistas a fórmula definitiva da longevidade.
"A ciência está intrigada, ainda não entendemos o que produz um centenário porque todos eles são únicos", diz Tim Spector, especialista em envelhecimento da Kings College University, em Londres.
Otimismo
Para alguns dos que conseguiram ultrapassar a barreira dos cem, o segredo de envelhecer com sucesso não é algo tangível como comer cinco porções de legumes e frutas por dia, recomendação comum na Grã-Bretanha.
"Minha irmã gêmea era um tipo pessimista, ela morreu antes de fazer 70 anos porque nunca ria, nunca. Mas rir é uma coisa linda", diz Alice Herz-Sommer, que tem 108 anos.
"Sou uma otimista, para mim, apenas as coisas boas, nunca os pensamentos ruins", ela diz.
Nascida em 1903, Herz-Sommer conseguiu manter uma atitude positiva apesar de um começo de vida terrível. Ela é a mais idosa sobrevivente do Holocausto, ficou presa no campo de concentração de Terezin (também conhecido como Theresienstadt), perto de Praga, com o filho pequeno, Raphael.
Ela sobreviveu tocando piano em concertos dentro dos campos de concentração. O marido morreu na Alemanha, no campo de concentração de Belsen.

Conselhos de uma Sobrevivente

Não perca a curiosidade
Seja otimista
Cultive amizades
Aprenda sobre as coisas sem as quais você pode viver
Não se leve muito a sério, somos apenas uma gota no oceano
Fonte: A Garden of Eden in Hell: The Life of Alice Herz-Sommer (em tradução livre, Um Jardim do Éden no Inferno: A Vida de Alice Herz-Sommer)
"Na minha opinião, músicos são pessoas privilegiadas. (A música) leva você, na primeira nota, a um outro mundo, não um mundo com supermercados, e não com dinheiro, um mundo com paz e beleza", ela diz.
O especialista em envelhecimento Spector vê uma certa dose de verdade no argumento de Herz-Sommer em favor da calma interior e do otimismo. No seu novo livro, Identically Different, Spector concentra sua atenção na epigenética: ciência que estuda como o meio-ambiente e as decisões que você toma podem ter impacto sobre seu código genético.
Mesmo em gêmeos univitelinos (ou idênticos), que compartilham o mesmo DNA, pequenas alterações na criação ou em sua atitude têm o potencial de alterar seu caminho genético.
"O que estamos descobrindo em nossos experimentos com gêmeos é que uma pequena diferença pode ter grande impacto sobre eles, e há evidências de que pessoas levemente otimistas vivem mais do que pessimistas".

Coração Jovem

Nome: Nina Jackson
Idade: 103
Dica: Se adapte aos novos tempos
Spector diz que a diferença na forma como uma pessoa vê uma mesma situação pode ter um impacto nos genes que agem no seu cérebro, o que, por sua vez, pode alterar certas substâncias químicas e influenciar os índices de estresse. Tudo isso pode, potencialmente, ter um efeito sobre a saúde e longevidade - diz o especialista.
Um estudo publicado em 2011 na revista científica Applied Psychology: Health and Wellbeing parece confirmar essa teoria, dizendo que pessoas que pensam positivo são mais felizes e que pessoas felizes vivem mais tempo.
Vida Ativa
Peggy Hovell, com cem anos, é positiva a ponto de não sentir qualquer medo. Seu plano de saltar de paraquedas, já nonagenária, como parte de um evento beneficente, foi abandonado em virtude de conselhos médicos.
"Eles disseram que se eu saltasse minha retina iria provavelmente se romper e eu ficaria cega".
Em vez de diminuir o ritmo à medida que envelhece, Hovell está aumentando a velocidade.
"Adoro dirigir e gosto de dirigir rápido", diz a centenária que durante a Segunda Guerra Mundial dirigia uma caminhonete para fazer entregas de mantimentos.

Eterna Otimista

Nome: Peggy Hovell
Idade: 100
Dica: Não permita que a idade atrase seu ritmo
Esse não é o comportamento que você esperaria de uma mulher de idade avançada, mas um teste de motorista feito quando ela completou 96 anos provou que os reflexos de Peggy Hovell estavam tão aguçados quanto os de um motorista 40 anos mais jovem.
Sua força de vontade e motivação podem ajudar a explicar sua longevidade, diz Spector.
Nina Jackson, 103 anos
Nina Jackson, 103 anos: "algumas vezes sinto como se tivesse 50"
"Se você tem a força de vontade para fazer coisas, você tem uma visão otimista, de que não vai se machucar", ele diz.
O pessimista, no entanto, vai pensar que, se fizer aquilo, corre o risco de quebrar a perna e, portanto, vai ficar em casa o dia inteiro, explica.
E a ciência já demontrou que um estilo de vida ativo é vital quando se trata de viver uma vida longa e saudável, ele lembra.
Uma característica que muitos centenários parecem compartilhar é o desejo de continuar vivendo.
Nina Jackson, de 103 anos, desafia a velhice.
"Não me sinto nem um pouco diferente, algumas vezes sinto como se tivesse 50, às vezes até mais jovem", diz.
Seu conselho a todos os pretendentes a centenários é: Adapte-se às mudanças e não fique preso no passado.