sábado, 15 de setembro de 2012

Níveis de atividade física são melhores indicadores de mortalidade do que obesidade e hipertensão.



Essa é uma das conclusões de um estudo que procurou mensurar a influência dos esportes sobre a saúde da população dos países

Atividade intensa: exercícios rápidos aumentam o uso do açúcar disponível na corrente sanguínea, prevenindo o diabetes 2
Atividade física: países ainda não têm dados consistentes sobre níveis de exercícios praticados pela populaçao(Thinkstock)
Baixos índices de atividades físicas entre a população de um país são melhores indicadores de mortalidade do que problemas como obesidade ou hipertensão. Por isso, os níveis de exercícios devem ser considerados como um sinal vital, e o hábito precisa ser mais frequentemente aconselhado aos pacientes pelos profissionais de saúde. Essas são as conclusões de um estudo feito por um time de pesquisadores de universidades dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Noruega, que buscaram mensurar a influência do esporte sobre a saúde da população mundial. A pesquisa foi publicada nesta sexta-feira na revista The Lancet, e é o primeiro de uma série de artigos que o periódico vai divulgar sobre exercícios físicos, aproveitando a proximidade da Olímpiada de 2012, que começa neste mês em Londres.
Segundo os autores do estudo, ainda são escassos os dados dos países sobre os níveis de exercícios praticados pela população, mas as evidências existentes já mostram que, se as pessoas passarem a fazer mais atividade física, a saúde física e mental da população vai melhorar drasticamente. Eles acreditam que isso possa ser possível se os médicos e outros profissionais de saúde passarem a aconselhar o hábito — e recomendá-lo como parte do tratamento — aos pacientes. É o mesmo, de acordo com os pesquisadores, que ocorreu quando os médicos começaram a indicar o fim do tabagismo a pacientes com determinadas doenças — o que, segundo o artigo, reduziu as taxas de fumantes em muitos países.
No artigo, a equipe cita alguns estudos recentes que respaldam essas conclusões. Uma pesquisa feita em 2010, por exemplo, mostrou que pessoas sedentárias que passaram a jogar futebol de duas a três vezes por semana demonstraram significativa redução do risco de doenças cardiovasculares, diabetes e osteoporose. Além disso, segundo os pesquisadores, outros trabalhos indicaram que comprometer-se com algum esporte melhora a percepção e o conhecimento das pessoas em relação à saúde. “A evidência de que a atividade física é a principal e mais eficaz abordagem de saúde pública para a prevenção de doenças, além de uma potencial abordagem de tratamento, aumentou significativamente nos últimos anos. Nós acreditamos que pequenas mudanças nas políticas e iniciativas dos países para aumentar os níveis de exercício físico entre a população são necessárias e suficientes para melhorar a saúde", concluíram os autores.

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