sábado, 25 de agosto de 2012

Peso para a saúde.


Peso para a saúde.


Os dados do IBGE só confirmam o que já havia sido detectado pelos nossos estudos, feitos ao longo das duas últimas décadas, com base em 50 mil check-ups médicos em executivos. Eles revelam, e não é coincidência, que praticamente metade da população examinada, todos situados no ápice da pirâmide social, está acima do peso e registra alto teor de gordura no sangue (colesterol e triglicerídeos), com incidência de obesidade da ordem de 8%.
O IBGE não pesquisou as causas da obesidade do brasileiro, mas elas são conhecidas e, através dos nossos estudos, baseiam-se no fato de que 50% dos homens e 55% das mulheres executivas cultivam uma vida sedentária e 60% têm alimentação desequilibrada. Estudos da Sociedade Americana de Oncologia mostram que a incidência de câncer intestinal e de próstata é 30% maior em homens obesos e o câncer de endométrio, colo de útero e mama é 55% maior em mulheres obesas.
O excesso de peso do brasileiro é má notícia. Ele nos aproxima perigosamente de parâmetros americanos, em que um em cada quatro indivíduos é obeso. Nas sociedades industrializadas a obesidade torna-se epidêmica, mesmo entre as populações carentes. Por trás desse quadro estão a dieta baseada em alimentos altamente calóricos, o sedentarismo e o estresse crônico.
A falta de tempo para se alimentar corretamente, aliada à desinformação e à publicidade, leva ao consumo de fast-food. Um almoço com sanduíche, batata frita, refrigerante e torta ultrapassa a necessidade média de 1.500 calorias diárias de que, por exemplo, um homem de cerca de 70 quilos necessita para desempenhar atividades burocráticas.
Some-se a isso que, antes da automação da sociedade, a atividade física era uma prática comum entre as pessoas, que andavam mais a pé ou iam de bicicleta para o trabalho. Hoje, as facilidades da vida moderna, como elevadores, carros automáticos com vidros elétricos, controle remoto, escadas rolantes etc., estimulam a inércia corporal.
A interação do cortisol com a insulina, provocada pelo estresse crônico, facilita o depósito de gordura nas paredes das artérias. O sangue transporta para o corpo, entre outros, oxigênio, células de defesa, hormônios e energia sob forma de açúcar (glicose). O papel da insulina é retirar o açúcar do sangue e levá-lo para dentro das células dos tecidos do cérebro, músculos, órgãos etc. Essa energia, que não consegue ser metabolizada nas células, acaba sendo transformada em gordura.
Este círculo vicioso faz com que as pessoas morram mais cedo. No Brasil, onde essa doença mata 75 mil pessoas por ano, há mais obesos do que desnutridos. Dos 95,5 milhões de brasileiros com 20 anos ou mais apenas 4% têm déficit de peso. Já os que estão acima do peso somam 38,5 milhões, representando 40,6% da população de adultos: destes, 10,5 milhões ou o equivalente a 11% são obesos.
A boa notícia é que a obesidade pode ser atacada com condutas naturais, acessíveis à maioria da população. A prática regular de atividade física, aliada a uma alimentação equilibrada, renova os tecidos, retarda o envelhecimento, diminui a taxa de gordura circulante, melhora a coagulação e a troca de gases nos pulmões. Mais ainda, facilita a mineralização dos ossos e libera endorfina, neurotransmissor que aumenta a sensação de bem-estar e combate a ação da adrenalina gerada pelo estresse cotidiano. Exercitar-se aumenta as defesas do organismo, ajuda no controle do peso corporal, melhora o desempenho do sistema cardiorrespiratório e o desejo sexual.
Estudos realizados nos EUA com homens entre 40 e 70 anos mostram que quem pratica exercícios regularmente tem menos chances de ser vítima de distúrbios de ereção e câncer. Outras pesquisas comprovam que pessoas fisicamente ativas vivem mais, têm maior capacidade de trabalho e de concentração. É a porta de entrada para uma vida mais longa com autonomia.

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