sábado, 25 de agosto de 2012

Estresse causado por conflito urbano maltrata coração, mas é possível evitar danos.


Estresse causado por conflito urbano maltrata coração, mas é possível evitar danos.



RIO - Em meio à guerra do tráfico, a ansiedade, o medo e a angústia afetam todo o corpo, e, nessas horas, o coração é o órgão mais vulnerável ao descontrole emocional. A permanente situação de estresse coloca o órgão em descompasso, completamente fora de ritmo, mostra reportagem de Antônio Marinho, publicada neste domingo pelo GLOBO. E já que está difícil manter-se calmo, uma boa forma de se proteger é reforçar medidas como manter uma dieta saudável, praticar exercícios, incluindo sexo, e evitar o cigarro e o abuso de álcool, que pode até relaxar por algumas horas, mas depois traz efeitos piores.
Quando há uma guerra, como a que vivemos nos centros urbanos, aumenta o número de casos de pessoas sofrendo de problemas cardíacos, alerta o médico Elias Knobel, organizador do livro "Coração... é emoção" (da Atheneu), no qual os autores falam da influência das emoções sobre o coração.
- Isso ficou evidente no ano em que as Torres Gêmeas em Nova York foram derrubadas por terroristas. Naquele ano, aumentou o índice de arritmias e infarto entre americanos. Com a medicina atual, conseguimos reduzir a incidência de doenças cardiovasculares, controlando a pressão, as taxas de gorduras no sangue e o diabetes, porém está cada vez mais difícil cuidar do aspecto emocional, especialmente em situações de conflitos - afirma Knobel, diretor emérito e fundador do Centro de Terapia Intensiva do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo - Às vezes o indivíduo não sofre do coração mas o estresse é a gota d' água para desencadear a crise de angina ou infarto.
Sob estresse o órgão é o alvo de choque, explica Knobel. Tanto que existe uma doença cardíaca diretamente associada ao problema: a "síndrome do coração partido", na qual os sintomas lembram o de um infarto, mas sem o entupimento das artérias coronárias. Também há relatos de pessoas que chegam ao consultório com queixas de falta de ar e palpitação no peito achando que estão morrendo. Quando o médico vai examiná-las, não encontra qualquer lesão física no coração. Esses sintomas quase sempre estão relacionados à síndrome do pânico, ao estresse ou à depressão.
- O que acontece é que nem sempre o médico está seguro desse diagnóstico e a pessoa acaba sendo medicada para um mal cardíaco, como a hipertensão arterial. Dependendo da avaliação, basta controlar o emocional do paciente para ele ficar bem - comenta o médico. - Vale lembrar que pessoas que apresentam um comportamento hostil, agressivo e rancoroso são ainda mais vulneráveis e correm o risco de sofrer sérios danos cardíacos.

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